Muito provavelmente, foi um dos campeonatos mais bem disputados e competitivos do futebol em Portugal. O campeão só foi conhecido na última jornada. O mérito coube ao Benfica, com o Sporting num honroso segundo lugar. Se tivesse sido ao contrário também estaríamos perante um justo campeão e nada seria de estranhar. Ao mesmo tempo, também foi na última jornada que se conheceram os clubes que vão disputar as competições europeias na próxima época, quem desce de divisão e quem sobe da segunda liga para o escalão principal. Foram muitas decisões em simultâneo, o que comprova a qualidade que o futebol atingiu em Portugal.
As emoções e as incertezas estiveram ao rubro em todas as frentes das competições. Pelo meio houve tempo para provocações, desacordos, “guerras” sem quartel, na expetativa de desorientar adversários. Muitas declarações mais ou menos inconvenientes e sempre desnecessárias, jogadas nos bastidores e múltiplos ingredientes para apimentar o período antes dos jogos.
Mas tudo isso faz parte da contenda e no final, depois das contas feitas, tudo bateu certo e há que respeitar vencedores e vencidos. Jogadores, árbitros, dirigentes e adeptos estiveram em permanente ação. Todos os agentes desta industria, que movimenta milhões, mostraram até ao apito final as suas forças e capacidades, muita estratégia e vontade de valorizar o espetáculo.
Tanto a primeira como a segunda liga de futebol registaram assistências nunca verificadas. As incertezas nos resultados convidaram a um constante acompanhamento e vigilância.
O futebol deste ano apresentou uma qualidade acima da média e contribuiu para se esquecer outras preocupações de ordem financeira e social. Toda a energia era acumulada durante a semana para se soltar no momento dos jogos.
O Porto desistiu cedo demais. Benfica e Sporting lutaram até ao fim e pena é que este ano não possa haver dois vencedores, pois ambos mereciam, por tudo o que fizeram. A qualidade dos jogadores nunca foi tão alta e as partidas eram deveras entusiasmantes, batendo todos os recordes de assistências e de audiências televisivas.
Agora que chegamos ao fim já se começa a preparar a próxima época. Há certezas de que muitas promessas do nosso futebol vão abandonar o País para integrarem outras ligas mais ricas, onde os milhões falam mais alto. Isso é bem revelador da qualidade que temos no nosso futebol. E juntando as novas promessas com as certezas que todo o mundo já conhece, o importante é juntarmos forças por todo o mundo para apoiar a seleção que a partir de 10 de junho vai lutar por um lugar de pódio no Europeu de futebol, em França.
Em vez de um vamos ter 11 Ronaldos em campo e dar vivas ao futebol português.
A Direção