‘VIÚVA NEGRA’ ATERRORIZAVA BANCÁRIOS EM ASSALTOS

Dulce Caroço, 42 anos, está em prisão preventiva desde que foi desarmada por um gerente bancário em outubro de 2012 (Foto de Bruno Colaço)
Dulce Caroço, 42 anos, está em prisão preventiva desde que foi desarmada por um gerente bancário em outubro de 2012 (Foto de Bruno Colaço)
Dulce Caroço, 42 anos, está em prisão preventiva desde que foi desarmada por um gerente bancário em outubro de 2012 (Foto de Bruno Colaço)
Dulce Caroço, 42 anos, está em prisão preventiva desde que foi desarmada por um gerente bancário em outubro de 2012 (Foto de Bruno Colaço)

Ela pôs a arma ao nível dos meus olhos, estava eu sentada, e disse: ‘Dá-me o dinheiro ou acabo coma tua vida num minuto”, recordou ontem Cláudia Santos, ex-funcionária do Banif da Parede, um dos doze bancos assaltados por Dulce Caroço na Grande Lisboa – naquele caso, em abril de 2011. A cabeleireira começou a ser julgada no Campus de Justiça, depois de ter sido presa em outubro de 2012.
A solitária, de 42 anos, conhecida por ‘Viúva Negra’ pela forma como se apresentava nos bancos, sempre toda vestida de preto, com uns grandes óculos escuros, confessou depois de ter sido apanhada que foram as dívidas acumuladas ao Fisco e à Segurança Social que a levaram a lançar-se na vaga de assaltos armados – a ex-empresária geriu uma empresa distribuidora de cosméticos que entrou em grandes dificuldades financeiras.
Entrava nas dependências com uma arma escondida e escolhia sempre o balcão de atendimento que tivesse uma mulher. Considerava-as mais frágeis, fazia-lhes ameaças e exigia o dinheiro. De abril de 2011 a outubro do ano passado esteve imparável. Ao todo, foram onze roubos consumados. A antiga cabeleireira caiu ao 12º assalto, no Banif de Entrecampos. O gerente desarmou-a, chamou a PSP – e a assaltante foi entregue à Unidade de Contra terrorismo da Judiciária. Acabou acusada pela Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do DIAP.
Ontem, Dulce Caroço, que está em prisão preventiva, não quis falar “por enquanto” ao coletivo de juízes, mas ouviu as suas vítimas contar em os momentos de terror que viveram ao ter uma arma apontada à cara. “Fui obrigada a entregar-lhe cinco mil euros. A seguir, ela foi embora a passo apressado e não a vi mais”, disse uma mulher, que acrescentou: “Pensei que me ia dar um tiro. Tive medo de morrer.