VÍTIMAS COM MAIS DE 60 ANOS VIVERAM VÁRIOS TIPOS DE VIOLÊNCIA EM CONTEXTO FAMILIAR

ViolênciaUm estudo sobre vítimas de violência revela que perto de três quartos dos inquiridos (74,1%), a maioria com idades superiores aos 60 anos, experimentou múltiplos tipos de violência, sendo a maior parte dos crimes cometidos por cônjuges, atuais ou ex-companheiros, filhos e enteados.
Esta investigação faz parte do projeto coordenado pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge, “Envelhecimento e Violência 2011-2014”, cujos resultados foram divulgados e debatidos num seminário sobre o tema, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
O estudo compreendeu uma amostra de 510 vítimas de violência em contexto familiar, com 60 ou mais anos, sinalizadas pelo Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), o Instituto da Segurança Social (ISS) e a GNR, que são parceiros do projeto.
As razões evocadas pelas vítimas para não denunciar ou apresentar queixa do agressor foram também analisadas neste projeto, prendem-se com laços familiares, proteção da família e o medo de represálias, razões fortes para silenciar as vítimas de violência e a denúncia constituiu ainda um tabu para muitas vítimas.
Quanto ao perfil do agressor, verificou-se diferenças segundo o género de vítima. Nas mulheres, os cônjuges e os atuais ou ex-companheiros foram identificados como um dos principais agressores, seguidos dos descendeste homens.
Já nos casos das vítimas do sexo masculino, os descendentes homens foram os principais perpetradores, enquanto os cônjuges e os atuais ou ex-companheiros representavam mais de um terço dos agressores.
Os autores do estudo, consideram que torna-se premente a reflexão sobre um conjunto de recomendações para o combate e prevenção deste problema, sustentam.