A língua chinesa vai ser uma disciplina opcional nos programas curriculares do ensino secundário em Portugal, dentro de três a cinco anos. Embora já existam duas experiências em dois concelhos, que envolvem algumas centenas de alunos, está para breve uma nova realidade.
A língua chinesa apresenta grande variedade de dialetos e alguns deles são incompreensíveis entre si. Os principais são o mandarim, o cantonês, o sichuanês e o Hakke.
O mandarim é considerado o idioma oficial da região de Pequim. Falado no norte e no sudoeste da China, incluindo Taiwan e Singapura. Por isso, é o mandarim a língua oficial chinesa, assim considerada desde 1956. O cantonês, muito próximo dos portugueses devido a Macau, perde importância, embora mantenha grande influência no antigo território administrado pelos portugueses, Hong Kong e Cantão.
Mas o mandarim, assim designado desde os finais do século XVI, teve origem devido às trocas comerciais entre portugueses e chineses. Os portugueses queriam chá, seda e outros exotismos. Nessa época, o povo chinês estava proibido de contactar com forasteiros. Somente os altos funcionários poderiam estabelecer essas negociações. E esses funcionários eram designados por mandarins. Os portugueses encarregaram-se de espalhar pelo mundo a forma como se entendiam e batizaram esse sucesso chamando-lhe idioma mandarim. Os ingleses adotaram a designação portuguesa.
O mandarim é composto por 80 mil caracteres, apesar de serem utilizados com maior frequência apenas 7 mil. Dizem os estudiosos que a gramática é simples, pois os verbos são imutáveis e não há troca de géneros. Complicado será a fonética. Como não há alfabeto, a escrita é logográfica. A escrita transcreve significados e não sons e, por isso, cada logograma pode ser pronunciado de acordo com o dialeto.
Hoje, estima-se que cerca de 30 milhões de jovens estudam chinês, ou mandarim, por todo o mundo. Os portugueses vão começar em breve e tudo isto porque o chinês, não sendo a língua mais difundida do mundo, é seguramente a mais falada. Outras línguas muito faladas são o hindu, árabe, russo, bengalês e malaio. Mas em termos de difusão é o inglês que lidera, seguido do espanhol e do português. Aliás, o português é mesmo a língua mais falada no hemisfério sul. Mas neste tempo de influências e poder, está a chegar a hora do continente asiático. A economia está primeiro e acima de tudo.
A Direção