Vamos escolher ajudar?

Correio da Manhã Canadá

Foi um fim de semana importante para a comunidade luso-canadiana, acompanhado de perto pelo Correio da Manhã Canadá (CMC) e em direto, pela CMCTV, nas redes sociais. Em mais uma manifestação clara do espírito de união dos portugueses no Canadá, a Luso Canadian Charitable Society (LCCS) angariou, através da sua já estabelecida corrida anual solidária – a ‘Volta’ – mais de 450 mil dólares, que revertem a favor dos seus programas de apoio a pessoas com deficiência e respetivas famílias.

É com orgulho que observamos que a solidariedade é um traço distintivo da nossa comunidade, assente, quem sabe, no histórico complicado de imigração, e na entreajuda necessária aos que enfrentaram dificuldades ao deixarem tudo para trás para viverem no Canadá. É também com satisfação que constatamos que essa ajuda não tem vindo a diminuir, antes pelo contrário, tendo em conta que a meta de angariação de fundos deste ano foi novamente ultrapassada.

Nas palavras do cônsul de Portugal em Toronto, Joaquim Rosário, com quem o CMC conversou durante o evento, “em Toronto, essa solidariedade é bem evidente e a LCCS é uma das associações que desempenha esse papel de forma exemplar”.

De facto, a LCCS tem sido, desde que foi fundada em 2003, incansável no apoio não só a portugueses e lusodescendentes portadores de deficiência, que aí encontram um espaço de amor e de empatia, mas também aos seus encarregados de educação, que por causa da ajuda da organização, conseguem cumprir tarefas do dia a dia que para a maioria das pessoas são dadas como adquiridas.

Imagine o que é ter um filho ou filha, alguém que lhe é próximo e que é integralmente dependente de si. Imagine agora o que é para a própria pessoa portadora de deficiência estar 100% nas mãos dos outros para conseguir sobreviver. Numa sociedade cada vez mais individualista, onde a lógica do ‘cada um por si’ infelizmente persiste, a LCCS – e todos os que a apoiam – vem precisamente contrariar essa tendência, recordando-nos que as circunstâncias difíceis podem tornar-se mais fáceis, se não assumirmos que os problemas são só dos outros e se tivermos o coração no lugar certo.

Às vezes, a tentação é virar a cara, ignorar as dificuldades alheias, e dar apenas atenção ao que nos é familiar e próximo. Outras vezes, como foi o caso da ‘Volta’ deste ano, é-nos dada a oportunidade de olhar de frente para quem mais precisa – e podia ser qualquer um de nós – e de ajudar. Vamos escolher ajudar?