UNITA DENUNCIA ABUSOS DE 35 ANOS DE PODER EM ANGOLA

unitaA acusação foi feita pela UNITA em França numa carta aberta dirigida ao ministro dos Negócios Estrangeiros francês, à imprensa e aos defensores dos direitos humanos naquele país, denunciando o governo do Presidente angolano pelos abusos cometidos em 35 anos no poder, nesta terça-feira em que José Eduardo dos Santos é recebido no Palácio do Eliseu, em Paris, pelo Presidente francês, François Hollande, por ocasião de uma visita oficial para reforçar as relações entre os dois países.
Na carta, a delegação do movimento do galo negro dá conta que na Angola do senhor José Eduardo dos Santos não há progresso humano ou económico, menos ainda político. Ao invés disso, ele dirige o país com mão de ferro há 35 anos como um partido único e a dita democracia faz-se ainda esperar”.
De acordo com o documento, “todos aqueles que se opõem aos ditames do senhor dos Santos, definham nas prisões ou são simplesmente suprimidos fisicamente”.
O documento sublinhou ainda que “sozinhos a bordo (do poder), submetem a população angolana à fome mais lancinante. Isto, sem lhes dar uma oportunidade de sair do caos que reina em todo o território nacional”.
“O MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola, no poder) lidera uma campanha desenfreada fazendo crer que estão a implementar o multipartidarismo em Angola. Na realidade, não há nada disso! Esta abertura política, da qual se vangloriam tanto, não passa de um simulacro de democracia”.
O documento referiu as mudanças feitas na Constituição, criticando a forma pela qual o Presidente deve ser escolhido, através de eleição indireta, pelo parlamento, sendo uma forma de não permitir a participação de outros partidos no Governo.
De acordo com o texto da carta, há perseguição aos opositores ao Governo angolano e mesmo o “assassínio de manifestantes”, dando como exemplo o caso de Alves Kamulingue e Isaías Kassule, assassinados por terem organizado uma manifestação em 2012.