TRANSFERÊNCIA SALVA GRÁVIDA DE RISCO

A Maternidade Alfredo da Costa tem 58 camas para as grávidas, mas só vai manter 30 Foto: PEDRO CATARINO
A Maternidade Alfredo da Costa tem 58 camas para as grávidas, mas só vai manter 30 Foto: PEDRO CATARINO
A Maternidade Alfredo da Costa tem 58 camas para as grávidas, mas só vai manter 30 Foto: PEDRO CATARINO
MAC transfere casos graves para outros hospitais

Uma mulher de 32 anos contou ao CM como foi atendida na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, e como perdeu o bebé de sete meses, acabando por ser assistida no Hospital Santa Maria, onde chegou em risco de vida.
Raquel, nome fictício, foi internada na MAC no passado dia 10 de julho e, no dia 12, foi-lhe diagnosticada uma rutura do saco amniótico. Como a bebé era prematura, a indicação foi a de não interromper a gravidez. “Tive cesariana urgente agendada para o dia 13”, conta Raquel, adiantando que “nesse dia esteve desde as 9 horas da manhã com dificuldades respiratórias, tremores, náuseas, tosse e febre”.
Os enfermeiros disseram que os sintomas se deviam a “uma normalíssima alergia ao antibiótico”, e uma médica disse que era “por estar ansiosa”.
“Fui auscultada pela primeira vez já após as 15h00, depois de os meus familiares alertarem para aminha situação”, revela, acrescentando que foi nessa altura que os médicos se aperceberam de que estava com falência do pulmão direito.
Segundo Raquel, a MAC transferiu-a para os Cuidados Intensivos do Hospital de São José. “Fui sem oxigénio e o meu estado piorou, mas estabilizaram a respiração”, relata, sublinhando que ficou durante a tarde e noite sem qualquer apoio de obstetrícia e vigilância fetal.
“No dia seguinte, às 11 horas, vejo chegar um cardiotocógrafo [CTG] enviado pela MAC”, salientando que verificaram que o bebé estava com diminuição do ritmo cardíaco. Transferem-na para o Hospital Santa Maria, onde chega às 16 horas. O bebé está em falência. É marcada de imediato cesariana.
O marido de Raquel é avisado de que tanto a bebé como a mãe já estão em risco. Não sabem se sobrevivem. “A bebé é reanimada, mas morre no segundo dia de vida. Eu sobrevivi e fiquei uma semana nos Cuidados Intensivos”, conta.