THE SHOW MUST GO ON

Quando a América for a votos, dois candidatos de dois partidos distintos vão conhecer o resultado dos seus argumentos e tentarão aproximar-se o mais possível do que anunciaram durante um largo período de campanha eleitoral. No entanto, nem sempre se concretiza esta situação e apesar de a maioria saber isso, numa coisa estão sincronizados: o pensamento americano será o mesmo nos dois lados da corrida. Os Estados Unidos são um grande país e com a capacidade suficiente para influenciar todo o mundo. Na hora da verdade todos se rendem à grandeza da nação e o que por agora se diz e se amplia não passa de desabafos, arrufos e confrontos de campanha.

Mais do que dois candidatos, sempre dos mesmos partidos e com o mesmo sistema eleitoral, o povo americano vai escolher, pela primeira vez, entre uma mulher e um homem. Uma mulher que já anda nesta roda política há muitos anos. Inclusive já habitou a Casa Branca durante dois mandatos, presididos pelo seu marido. Por outro lado, o homem candidato não foi levado a sério no início e poucos lhe dariam os créditos que alcançou. Começou por ser rico, multimilionário e surgiu com toda a pujança verificando-se, mais tarde, ser impossível travá-lo.

A América decidiu os seus candidatos, elegeu os seus delegados e agora aguarda a hora da decisão final. Pelo meio muita polémica, muitos escândalos e muitos recursos a outras pessoas para se salvar a pele de cada um. Hilary Cliton suou bastante para chegar a candidata dos Democratas. O seu percurso durante a campanha foi caracterizado por ambientes de intriga e traição. Por outro lado, o seu opositor e candidato Republicano, Donald Trump chegou a ser acusado pelos seus próprios correligionários de imprudente e ignorante.

Enquanto a América discute pormenores de estratégia e procura o erro no lado oposto para fazer sentir o seu poder e capacidades, o resto do mundo assiste impávido, discreto e com muita ansiedade, o que está a passar-se e o que está reservado para o futuro. Pois, todos sabem que esta eleição tem uma importância especial sobre a comunidade em geral.

O que cada candidato diz agora, vale apenas para consumo interno. Exploram-se as sensibilidades dos votos dos negros, dos hispânicos e de outras comunidades numerosas, como se alguém governasse a pensar apenas nestes núcleos. A América dá o melhor exemplo de nação unida, mas também transmite esta ideia de que não há um povo e um eleitorado. É tudo uma amálgama que de vez em quando faz-nos pensar. Depois é que teremos de avaliar políticas, orientações e estratégias. Mas de uma coisa estamos certos: seja qual for o Presidente, os Estados Unidos seguirão o seu caminho de potência hegemónica e de policiamento do mundo.

Apesar desta eleição não acabará a miséria na terra, nem os conflitos armados e as injustiças. A América habituou o mundo a viver sob as confusões controláveis. Umas mais difíceis do que outras, mas seja qual for o próximo Presidente a vida não parará e muito do que disseram até agora é para meter no saco, porque a prática é diferente da teoria. Aliás, os próprios americanos já nos ensinaram que aconteça o que acontecer, the show must go on.

A Direção