TERRORISMO SEM FRONTEIRAS

O problema é social, filosófico, religioso, político, seja o que for. A verdade é que o mundo livre acorda de vez em quando com problemas de terrorismo, o mesmo que dizer que a morte pode morar mesmo ao nosso lado.

O poeta já dizia que o rio mais importante do mundo era o que passava pela sua aldeia. Os outros poderiam ser grandes, com enormes caudais, cheios de movimento, mas não tinham a beleza do seu preferido, precisamente porque não passavam pela sua aldeia.

Este ponto de vista do poeta é o que se está a passar em França e no mundo ocidental. É raro o dia em que não morrem inocentes no Iraque, na Síria, no Afeganistão e em tantos outros países problemáticos, recheados de conflitos sociais e religiosos, sem que a preocupação tome conta de cada um de nós, ao ponto de se discutir minuciosamente o problema. Bem pelo contrário, quanto mais longe ele estiver, melhor.

O verdadeiro problema começa quando a confusão nos toca à porta. Foi o que aconteceu em França. Inesperadamente, três indivíduos munidos de armas ligeiras automáticas lançaram o pânico num País, num continente, um pouco por todo o lado. Quando assim é há que
encontrar soluções imediatas e duradouras. Ao mesmo tempo, os outros conflitos nos locais habituais continuam a matar, mas isso é coisa passageira e com os quais se convive bem.

A França, como qualquer outro País livre do mundo ocidental, padece do constrangimento de ultrapassar estes problemas do terrorismo dentro de portas com as regras próprias de um Estado de Direito. Apesar das vozes mais radicais que sempre aproveitam estas ocasiões para relembrar que fariam diferente e com mais dureza e eficácia, felizmente que a inteligência ainda domina o pensamento nas horas mais difíceis.

Vivemos num mundo de contactos, de transferências, multirracial e cultural, de mistura de etnias e religiões. Tudo isto é irreversível. A presença de portugueses no Canadá é prova disso mesmo. Cada um sai da sua terra à procura de melhores dias e não se pode agora pôr em causa todas as migrações só porque alguém se lembra de chamar a atenção para o facto de os atos terroristas serem provocados por alguém que veio de fora e pensa de forma diferente. Diferentes, somos todos nós e baseados nessa riqueza temos de pugnar pelo equilíbrio social e justiça da distribuição da riqueza.

Cada qual deve ter o direito de escolher a sua religião, ou mesmo nenhuma. Não se pode é admitir que em nome de um Deus qualquer se cometam as maiores atrocidades que nenhum Deus aconselha. A educação é a melhor arma para combater os inimigos. O homem moderno
já aprendeu isso, resta aperfeiçoar o que já está em prática e esperar melhores resultados. O bom senso ainda comanda a vida.

A Direção