Mais membros da família muçulmana assassinada em London disseram no tribunal, esta sexta-feira, que o ataque abalou a sua fé no Canadá como um lugar de tolerância. O assassino, de 23 anos, foi considerado culpado de quatro homicídios em primeiro grau e de uma tentativa de homicídio.
A tia de Madiha Salman recordou ter recolhido roupas do chão do quarto da sobrinha-neta um dia depois do ataque de London e ter “procurado desesperadamente consolo” no seu cheiro pela última vez. A mulher não escondeu as lágrimas, quando recordou os familiares. Hoje, para ela, o Canadá não acolhe a diversidade.
Foram testemunhos como este que se fizeram ouvir no tribunal de London. Em dois dias, os Afzaal foram recordados como pessoas calorosas e generosas por familiares presentes no Canadá e no estrangeiro.
Salman Afzaal, de 46 anos, a mulher, Madiha Salman, de 44, a filha de 15, Yumna, e a avó de 74 anos, Talat Afzaal, foram mortos por Nathaniel Veltman, enquanto o filho de 9 anos do casal ficou gravemente ferido, mas sobreviveu.
A família tinha-se mudado do Paquistão para o Canadá em 2007.
Também em tribunal, a mãe de Madiha Salman disse que agora tem medo de dar um passeio na rua.
O primo Omar Ahmed, que vive no Paquistão, disse que cresceu a ver os seus familiares mudarem-se para países ocidentais em busca de melhores oportunidades. Lamentou também a trágica perda.
Veltman, de 23 anos, afirmou que visava os Afzaals porque estes usavam vestuário tradicional muçulmano.
A Representante Especial do Canadá para o Combate à Islamofobia, Amira Elghawaby, esteve em London para observar a audiência.
Ela afirmou que “o Canadá tem tido o maior número de ataques mortais contra muçulmanos do que qualquer outro país do G7”.