

Um outro estudo revelou que as taxas de incidência de cancro colorretal estão a aumentar entre os adultos jovens e os de meia-idade – dois grupos etários que atualmente não são submetidos a rastreio regular para a doença potencialmente fatal.
O estudo, liderado pela American Cancer Society, descobriu que os adultos mais jovens nascidos em 1990 têm o dobro do risco de desenvolver cancro do cólon como os nascidos em torno de 1950. Eles também têm o quádruplo do risco de desenvolver cancro retal.
Vários estudos nos últimos anos, incluindo alguns realizados no Canadá, sugeriram que as taxas de cancro colorretal estão a aumentar em adultos jovens e de meia-idade, com as taxas de cancro retal a registar um rápido aumento.
E enquanto que a maioria dos diagnósticos de cancro retal ainda estão associados a pacientes acima dos 55 anos de idade, três em cada 10 diagnósticos estão relacionados com pacientes com menos de 55 anos.
Rebecca Siegel, pesquisadora de saúde pública da Sociedade Americana do Cancro que liderou o estudo, diz que a descoberta de que o risco de cancro colorretal para a geração do milénio aumentou dá que pensar.
“As tendências nos jovens são um indicador para o fardo da doença no futuro”, disse Siegel em comunicado. Ela observa também que os resultados sugerem que os médicos e o público precisam estar conscientes sobre o aumento das taxas”, para ajudar a reduzir os atrasos no diagnóstico, que são tão prevalentes em jovens”.
Ela acrescentou ainda que também são necessárias campanhas de educação pública para incentivar uma alimentação mais saudável e estilos de vida mais ativos, “para tentar inverter esta tendência”.
O risco de cancro colorretal aumenta com a idade, mas vários fatores de estilo de vida têm sido associados à doença, incluindo uma dieta rica em carnes vermelhas e processadas, falta de fibra dietética, falta de exercício físico, obesidade, álcool e tabagismo.
Em geral, as taxas de incidência colorretal têm vindo a diminuir nos Estados Unidos e no Canadá durante décadas, uma descida em parte impulsionada pelo aumento do rastreio do cancro.
Recentemente, porém, estudos têm relatado o aumento da incidência de cancro colorretal em adultos com idade inferior a 50 anos, para quem o rastreio não é geralmente recomendado.
O estudo, que aparece no Jornal do Instituto Nacional do Cancro, concluiu que as taxas de incidência de cancro do cólon aumentaram de um para dois por cento ao ano, a partir de meados da década de 1980 até 2013, em adultos de 20 a 39 anos de idade. Nos adultos de 40 a 54 anos, as taxas aumentaram de 0,5 para 1% por ano, a partir de meados da década de 1990 até 2013.
As taxas de cancro retal em adultos com 55 anos ou mais têm geralmente diminuído há pelo menos 40 anos. Mas entre os adultos mais jovens, as taxas de cancro retal têm aumentado ainda mais rápido do que as taxas de cancro do cólon.
Estas aumentaram cerca de 3% ao ano, de 1974 a 2013, em adultos de 20 a 29 anos, e de 1980 a 2013, em adultos de 30 a 39 anos. Nos adultos de 40 a 54 anos, as taxas de cancro retal aumentaram em dois por cento ao ano, a partir da década de 1990 até 2013.
Dado os números, os autores sugerem que pode estar a chegar a hora de reconsiderar a idade do início do rastreio do cancro colorretal para as pessoas em risco médio.
Fonte: CTV News