A ajuda humanitária e receber refugiados, por si só, pouco fará para conter a onda de pessoas que fogem da Síria e do Iraque, enquanto continua o massacre em massa do ISIS, disse o líder Conservador Stephen Harper na segunda-feira.
“A escala da crise humanitária no Iraque e na Síria não pode ser resolvida somente com políticas para refugiados”, afirmou Harper, referindo-se ao “massacre em massa” praticado por militantes.
Mais de três milhões de refugiados fugiram dos seus países de origem com os militantes do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, ou ISIS, a travar uma guerra sangrenta para estabelecer um Estado islâmico. Outros 6,5 milhões de pessoas estão deslocadas dentro dos seus países.
Ao falar para uma multidão na Grande Área de Toronto na segunda-feira, Harper tomou como alvo o líder do NDP Tom Mulcair e o líder Liberal Justin Trudeau em relação à missão militar canadiana contra o ISIS, que no início deste ano foi prorrogada até à próxima primavera. Harper sugeriu que os outros dois líderes preferem antes uma missão humanitária, e referiu-se ao que ele disse foram os comentários das comunidades sírias e iraquianas no Canadá.
“Se a vossa política é a assistência humanitária sem apoio militar, tudo que vocês estão a fazer é disponibilizar ajuda para pessoas mortas”, afirmou Harper, atribuindo a frase às comunidades da diáspora.
Os Liberais dizem que irão aumentar o número de soldados canadianos a treinar as forças locais, como o Peshmerga curdo, enquanto que o NDP diz que irá concentrar-se na diplomacia e ajuda. Ambos os partidos manifestaram a sua preocupação com a campanha de bombardeio e pelo facto das forças canadianas estarem a ajudar nos ataques, colocando-os na linha da frente e em maior risco.
Proibição de viajar em zonas controladas pelos terroristas
No domingo, Harper anunciou que, se reeleito, vai introduzir uma proibição de viajar em áreas controladas pelo ISIS. Ele disse que os jornalistas e trabalhadores humanitários provavelmente ficariam dispensados, mas desde então tem fornecido poucos detalhes sobre o plano.
“Isso é limitado a somente aquelas áreas que estão claramente sob o controle de organizações terroristas”, sublinhou Harper na segunda-feira, depois de questionado por um repórter.
O líder Liberal Justin Trudeau defendeu no domingo que o anúncio foi uma tentativa de distrair as pessoas relativamente ao triste estado da economia canadiana.
Harper ripostou na segunda-feira, repetindo um comentário anterior que viajar para esses lugares “não é um direito humano”.
Promessa renovada para os refugiados
O líder conservador disse também que um futuro governo conservador aceitaria 10.000 refugiados provenientes do Iraque e da Síria ao longo dos próximos quatro anos. Os conservadores não diriam quantos desses refugiados seriam patrocinados pelo governo, ou quantos teriam de ser patrocinados confidencialmente por grupos comunitários ou organizações religiosas.
Os conservadores têm enfrentado repetidas críticas sobre a questão de receber os refugiados sírios, tanto para o compromisso inicial de 1300 ser demasiado pequeno em face dos três milhões de pessoas que fugiram para países vizinhos como a Turquia e o Líbano, e por causa de atrasos em recebê-los no Canadá .
Harper indicou que o Canadá estabeleceu cerca de 20.000 refugiados iraquianos e cerca de 2.500 refugiados sírios.
Ele adiantou que o seu partido iria dedicar 9 milhões de dólares para a luta pelas liberdades religiosas no Médio Oriente, caso seja eleito. Muitas pessoas vivem em “medo diário de prisão, tortura e morte”, particularmente em áreas onde o Estado Islâmico no Iraque e Síria opera, lembrou Harper, ao falar ontem para uma multidão na (igreja) St. Mark Coptic Orthodox Church em Markham, Ontário.
Na semana passada, Harper também prometeu:
• Um novo crédito fiscal para incentivar as empresas a contratar aprendizes.
• Que um governo conservador reeleito reintroduzirá o crédito fiscal de renovação da casa, tornando-o permanente.
• Criar uma nova infração penal para pessoas que viajam para regiões sob domínio terrorista.
O dia de ontem, marcava a segunda semana de campanha para a eleição federal de 19 de outubro.
Fonte: CBC News