

Esforços recentes da parte da Eleições do Canadá para tornar o processo de votação mais acessível em todo o país têm abordado, mas não eliminado os desafios que os eleitores com deficiência frequentemente enfrentam nas urnas, dizem os observadores.
O órgão eleitoral nacional usou recursos para melhorar protocolos e procedimentos de acessibilidade nos cinco anos desde que foi repreendido pelo Tribunal de Direitos Humanos canadiano.
Mas grupos de defesa e observadores dizem que os eleitores com deficiência provavelmente irão ainda encontrar algumas assembleias de voto inacessíveis, boletins de voto que não podem ser marcados de forma independente e um défice de apoio no dia das eleições em 19 de outubro
James Hicks, Coordenador Nacional do Conselho de Canadianos com Deficiências, disse que a Elections Canada fez da acessibilidade uma prioridade evidente nos 18 meses desde que começou a consulta com organizações de deficientes em todo o país.
O sistema, segundo ele, tem opções e acomodações que nem sempre existiram.
“É perfeito? Não. É muito melhor do que tem sido no passado, com certeza.”
A história da Eleições do Canadá com comunidade de deficientes do país poderia ser apelidada caridosamente de acidentada. Aspetos de todo o processo de votação, desde a distribuição de material pré-eleitoral à forma como os boletins de voto foram lançados, têm sido criticados por vários grupos de deficiência ao longo dos anos.
Mas um incidente levou a agência a rever os seus procedimentos, depois que foi repreendido pelo Tribunal de Direitos Humanos canadiano em 2010.
A Elections Canada concluiu recentemente uma auditoria de todas as 25.000 assembleias de voto no país e avaliou todas elas de acordo com uma lista de 35 critérios de acessibilidade.
Os cartões de eleitor 2015 contarão com uma legenda que mostra se cada local é totalmente acessível ou não, e os eleitores podem verificar o site da Elections Canada para uma análise completa de como a sua assembleia de voto se comportou (score) em cada critério individual.
Nas urnas, os eleitores com deficiência visual terão agora acesso a lupas e telas de voto que permitem a entrada de mais luz, bem como recursos previamente disponíveis, como listas de candidatos em braille e modelos que, teoricamente, permitem que uma pessoa possa marcar o seu próprio boletim de voto.
Mas o ativista pelos direitos dos deficientes David Lepofsky disse que as ferramentas são insuficientes, uma vez que os utilizadores ainda terão de procurar ajuda para ver se o boletim está devidamente alinhado dentro do modelo.
Lepofsky espera que um dia a Elections Canada possa juntar-se a mais de 40 municípios canadianos e oferecer a possibilidade de votar através da Internet, mas a porta-voz Diane Benson diz que os desafios logísticos e de segurança de tal projeto fazem com que isso não esteja atualmente sob consideração.
O mesmo vale para o uso de máquinas de voto acessíveis que permitem que os eleitores cegos possam ouvir um boletim de voto e marcar as suas escolhas de modo independente. Um relatório de 2010 diz que as máquinas passaram por um teste limitado, mas posteriormente abandonadas porque estas eram pouco práticas.
Benson sublinha que a tecnologia pode desempenhar um papel mais importante em futuras melhorias de acessibilidade da agência.
Hicks disse que os eleitores com deficiência que querem evitar possíveis aborrecimentos no dia da eleição tem várias opções para depositar os seus votos antecipadamente, incluindo votos por correspondência e até mesmo visitas domiciliares de trabalhadores da Eleições Canadá.
Todos esses serviços, no entanto, precisam ser agendados com antecedência, bem como os intérpretes de língua gestual que podem ser requisitados para acompanhar eleitores surdos ou com dificuldades de audição nas votações regulares ou antecipadas.
Hicks salienta que o próximo foco da Eleições do Canadá precisa estar em espalhar a palavra sobre as várias alternativas disponíveis.
Fonte: Canadian Press