SEROPOSITIVOS LUTAM PARA ENTRAR NO MERCADO DE TRABALHO

casa solA Associação Sol discute esta quinta-feira o problema do futuro dos jovens seropositivos que vivem na instituição e têm dificuldades acrescidas em entrar no mercado de trabalho e medo de serem afastados uns dos outros porque a casa onde vivem foi vendida.
Muitos destes jovens entraram para a instituição com 15 dias ou escassos meses de idade, agora já têm 17, 18 e 19 anos e enfrentam um novo problema: o ingresso no mercado de trabalho.
Os responsáveis da instituição consideram que já é difícil para pessoas que não têm nenhum problema de saúde arranjarem emprego, quanto mais estes jovens que têm de enfrentar a discriminação no mercado de trabalho, ainda que “um bocadinho encapotada”.
A presidente da Associação Sol, Teresa D´Almeida adianta que há profissões que estes jovens nunca podem ter na vida, mesmo que queiram, dando exemplo de uma jovem que quer ser cozinheira quando há relatos de casos com anos de exemplos de afastamento deste tipo de profissões de seropositivos.
Outro jovem tem imenso jeito para jogar futebol, mas não pode ser jogador, um facto que disse compreender porque são desportos de contacto e era muito complicado se houvesse perda de sangue no relvado.
Também há grandes problemas para quem pretende ser enfermeiro ou médico, disse Teresa D´Almeida, contando que tem conhecimento de “dois ou três casos que tiveram de deixar a profissão”.
Além desta preocupação, os 14 jovens que atualmente vivem na instituição estão aterrorizados com a ideia de serem separados por terem de sair da casa, que era propriedade da Administração Regional de Saúde (ARS) e foi vendida à empresa Estamo pelo que a casa tem de ficar vazia até abril do próximo ano.
A presidente da associação contou que a Sol tem vivido grandes dificuldades desde que ocorreu há três anos uma “campanha fundamentada numa mentira” contra a instituição, referindo-se ao caso de algumas funcionárias da instituição que em 2010 se queixaram à PSP de três colegas que acusavam de agredir verbal e fisicamente algumas crianças.
O caso foi posteriormente encaminhado para o Ministério Público, que viria a deduzir acusação contra a funcionária, que acabou por ser condenada, com pena suspensa, por quatro crimes de maus tratos a menores.