“Estas são as eleições mais importantes do século até agora”
Na corrida às eleições legislativas de domingo, o dirigente do PSD Ricardo Baptista Leite, que nasceu no Canadá, defende que Portugal precisa de partidos que tenham sentido de responsabilidade. “Se vencermos as eleições esperamos que o PS compreenda que tem de ser um fator de estabilidade”. Mais do que os interesses pessoais ou partidários, acrescenta, é fundamental que sejam colocados em cima da mesa os interesses do país. “O PSD está disposto a fazê-lo; é importante que os outros também estejam”.
Para Ricardo Baptista Leite, natural de Toronto e que viveu no Canadá até aos 11 anos, estas são as eleições mais importantes do século até agora. A razão é simples: com a entrada a curto prazo de muitos milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) esta pode ser uma das últimas oportunidades para Portugal garantir os investimentos estratégicos que proporcionem o crescimento da economia de forma sustentável.
O dirigente do PSD foi o escolhido para encabeçar a lista do círculo eleitoral de Lisboa do seu partido, enfrentando como principal adversário António Costa, primeiro-ministro e cabeça de lista pelo PS no mesmo círculo eleitoral. Licenciado em Medicina, pós-graduado em Doenças Infeciosas e Medicina Tropical e doutorando em Saúde Pública, é conhecida a sua carreira como médico, a par de uma já preenchida vida política.
Crítico da forma como o Governo socialista tem gerido a área da saúde, defende que o pecado capital do executivo foi não conseguir planear adequadamente, levando dois anos de gestão da pandemia a correr atrás do prejuízo. “Este Governo deu prioridade absoluta à Covid-19, esquecendo-se dos outros doentes”.
Eleito em 2019 vice-presidente do grupo parlamentar do PSD para as áreas da Saúde, Cultura e Comunicação, o dirigente social-democrata é também professor universitário e coordenador científico de Saúde Pública do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa. A sua origem canadiana explica-se pelo facto de este ter sido o país escolhido pelos pais quando emigraram após a descolonização portuguesa de África, designadamente de Angola. A Portugal chegou para completar o 6º ano de escolaridade, começando inicialmente por estudar numa escola de língua inglesa por não ser, na altura, fluente na língua portuguesa.