REFORMAS PRECISAM-SE

Portugal está em fase de aprovação de Orçamento Geral do Estado. O Governo entregou o documento no Parlamento e até ao final do ano terá de ser aprovado para aplicação a partir de 1 de Janeiro de 2014. Quando ainda tudo estava em fase de preparação final e o documento nem sequer tinha chegado ao Parlamento, já todos sabiam o que iria passar-se no futuro: O Orçamento será aprovado pelos votos da maioria parlamentar, que sustenta o Governo, e toda a oposição votará contra.

Esta previsibilidade desinteressante, não só retira encantos à política como demonstra a escassez de ideias e de projetos dos partidos e parlamentares portugueses. Todos os anos é a mesma coisa: o Governo define e elabora o Orçamento e as oposições nunca estão de acordo. E qual tem sido sempre o papel de cada uma das partes, independentemente de quem está no poder? Pois desde há 40 anos que os Governos aplicam cortes, políticas restritivas e pedem sacrifícios. As oposições têm defendido sempre o contrário, criticando as restrições e defendendo que se pode proporcionar o céu e a terra ao mesmo tempo.

Em consequência, Portugal vive em incongruência política desde 1974. Todas as oposições, sejam elas quais forem, têm dado provas de grande irresponsabilidade. Nesta fase atual é sabido e recomendado que o Estado deve emagrecer e cortar na despesa pública.

Todos os dias as oposições acusam o Governo de despesista e de falta de capacidade em suster a dívida pública. Mas quando chega a hora de aprovar o Orçamento do Estado em que devem figurar, precisamente, essas vontades de poupança, aqui d’el rei que o Governo é incompetente, ultra liberal e só deseja o mal das pessoas.

Não há memória que alguma vez um Governo em Portugal tivesse apresentado uma proposta de Orçamento e que as oposições no Parlamento tivessem dito que o proposto é curto e que para defesa e equilíbrio das contas públicas se poderia ir mais longe no corte das despesas. Tudo se passa ao contrário e como se disse, anteriormente, todas as forças políticas têm este mau hábito e velho costume.

Em Portugal é fácil ser oposição e muito complicado governar. O povo está a dar mostras de grande saturação face aos representantes da classe dirigente, quer sejam partidos políticos ou organizações sindicais, patronais e outros parceiros sociais. Portugal precisa urgentemente de profundas reformas no Estado. As Leis não acompanharam o mundo e quem conseguiu algum protagonismo passa a vida a lançar atoardas, culpando o País e o mundo por não seguirem a sua inércia. A continuar assim, não se prevê grandes sucessos nos próximos tempos.

A Direção