Cinco anos após o relatório final da Comissão da Verdade e da Reconciliação, os comissários vão juntar-se novamente para discutir o passo lento para a reconciliação com a comunidade indígena.
Já marcam cinco anos desde que o relatório final da TRC, a Comissão da Verdade e da Reconciliação, foi finalizado. O objetivo é reconciliar com as comunidades indígenas do país ao mudar políticas e programas que vêm reparar os danos em geral causados ao povo indígena nos últimos anos.
No último relatório estava detalhado o incidente de abusos físicos e sexuais a milhares de crianças indígenas em colégios internos pertencentes ao Governo, e que causaram a morte de mais de três mil crianças.
No quinto aniversário da última reunião, os três comissários Murray Sinclair, Wilton Littlechild e Marie Wilson juntam-se novamente para discutir o passo lento para a reconciliação deste episódio, e outros, com a comunidade indígena.
Littlechild, um dos comissários e chefe Cree, é uma das vítimas sobreviventes dos abusos dos colégios internos e revela-se preocupado com o ritmo que a reconciliação está a levar, uma vez que esperava que em cinco anos houvessem mais desenvolvimentos.
O comissário Murray Sinclair revela, também, que grupos racistas norte-americanos se alastraram para o Canadá e que estão a atingir assuntos importantes para a reconciliação com as comunidades indígenas, tais como a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas (UNDRIP).
Para além disso, Littlechild afirma que seis províncias do Canadá são contra a implementação da declaração, mostrando-se incomodado com a situação. Sinclair, por sua vez, garante que a reconciliação se encontra demorada pelo que descreve como sendo um “conflito de interesses políticos”. No início deste mês, o governo liberal introduziu uma legislação para alinhar as leis federais com a declaração das Nações Unidas.