QUANTO VALE O ÉBOLA

O vírus ébola foi identificado pela primeira vez em 1976, na República Democrática do Congo e no Sudão. Há, portanto, 38 anos, que se morre no continente africano com esta doença sem que se tivesse notado grande preocupação e necessidade de difusão de cuidados a ter e formas de encarar o problema. Precisamente, porque nunca foi um problema para a opinião pública ocidental. Até que o vírus ultrapassou fronteiras, espalhou-se por outros países africanos e chegou ao resto do mundo. Hoje registam-se casos preocupantes fora do continente africano e está a ser difícil ganhar esta batalha contra a infeção.

O alarme está dado e estão criadas todas as condições para em breve a indústria farmacêutica anunciar a descoberta de um qualquer fármaco que combata eficazmente a doença. Parece que, afinal, tudo se encaminha nesse sentido, conforme experiências idênticas e já vividas anteriormente.

Foi há cerca de uma década que a pandemia da gripe das aves assustou todo o mundo. Na ocasião apareceu o mágico medicamento Tamiflu que rapidamente foi administrado por todo o lado, contribuindo para o enriquecimento das farmacêuticas e para o empobrecimento dos sistemas públicos de saúde que contribuíram fortemente para as campanhas de vacinação. Mais tarde, a campanha para o tratamento chegou a ser considerada desnecessária.

Agora assistimos a uma campanha idêntica. Que se saiba, o vírus ébola já provocou quase 4 mil mortes, entre cerca de 10 mil infetados. Claro que é necessário respeitar-se todos os cuidados, mas é bom lembrar que há outras doenças, como a malária, também conhecida por paludismo, que já matou quase 1,5 milhões de pessoas e perante esta realidade, o mundo parece querer passar ao lado da enfermidade.

Entre avisos, cuidados e conselhos à vigilância, há também quem defenda que o ébola não passa de uma manipulação genética e que em breve irá proporcionar o enriquecimento de uma indústria que já se habituou a manipular a opinião pública. Para já, e como em tudo na vida, há que seguir as melhores instruções de segurança e estar atento. Não se pode é permitir que governos africanos, como o da Serra Leoa, proíbam o tratamento aos infetados, deixando-os morrer na rua e punindo com pena de prisão todos aqueles que os alberguem e lhes proporcionem os cuidados aconselháveis.

A Direção