

No louvor atribuído ao chefe Helder G., da Divisão de Trânsito da PSP de Lisboa, no mês passado, lê-se que “tem atua do com profissionalismo e rigor para que tudo decorra com eficácia e a missão da PSP seja cumprida com sucesso”.
Mas, ao que o CM apurou, este polícia foi, em 2009, alvo de um processo de violência doméstica – até dentro da esquadra insultou e tentou agredir a sua mulher, também ela agente naquele local, humilhando-a à frente dos colegas, o que levou a própria PSP a desarmá-lo. Nesse ano foi transferido de serviço: passou a ter funções administrativas.
A justificar o desarmar do chefe, na altura, há um documento assinado pelo então comandante de esquadra: “O chefe Helder G. denigre não só a agente M. mas todos os elementos que nesta divisão trabalham quando profere palavras menos dignas de um elemento policial (…) Perante tal facto o chefe foi sujeito a um desarmamento cautelar”, pode ler-se.
No processo que decorria no Tribunal de Loures por violência doméstica, o chefe foi acusado mas acabou despronuncia dona fase de instrução, por faltarem alguns elementos que constituíam meios de prova “que não foram considerados no inquérito”. Na altura foram ouvidos o agressor, a alegada vítima e os dois filhos, juntamente com 14 agentes da PSP que testemunharam as agressões e insultos.
Os factos do processo remontam a 2008 e 2009 e falam de agressões à mulher, como empurrões que a deitaram ao chão, além de sovas ao filho com bofetadas e cinto. Mas o louvor diz que o chefe “é possuidor de elevadas qualidades pessoais, pelo que é de inteira justiça que seja distinguido”. Quando a agente agredida saiu de casa foram os serviços de Ação Social da PSP que lhe emprestaram dinheiro para fazer face às despesas.