O plano de ação do Ontário para as alterações climáticas incluirá incentivos financeiros para ter nas estradas carros e camiões mais eficientes e amigos do ambiente, e para convencer os proprietários e as empresas a reduzir os seus níveis de carbono, soube a Canadian Press.
O plano, que deverá ser apresentado esta quarta-feira, pede um investimento governamental de 5,9 a 8,3 mil milhões de dólares em iniciativas relacionadas com as alterações climáticas ao longo dos próximos cinco anos.
O dinheiro virá do montante de 1,9 mil milhões de dólares que o governo Liberal espera arrecadar anualmente com o leilão de créditos de emissão de poluição, quando o Ontário se juntar ao mercado de comércio de emissões que engloba o Quebec e a Califórnia, em janeiro próximo.
O Ministro do Ambiente e Alterações Climáticas Glen Murray disse na terça-feira que o plano irá adicionar cerca de 5 dólares por mês nas faturas de aquecimento de casa e 4,3 cêntimos por litro, ao preço da gasolina.
O Ontário optou por não impor um mandato de veículo de emissões zero, o que significa que não vai impor penalizações aos fabricantes de automóveis que não produzem carros elétricos e híbridos suficientes.
Em vez disso, vai continuar a oferecer descontos de até 14.000 dólares para os veículos elétricos, incluindo até 1.000 dólares para a instalação de uma estação de carregamento em casa, e irá fornecer carregamento gratuito durante a noite para clientes residenciais por quatro anos, começando em 2017.
A província também irá falar com o governo federal sobre a remoção do HST de veículos movidos a bateria, que espera fazer em 2018.
Haverá também incentivos para ajudar as famílias com baixos rendimentos para substituir carros antigos por veículos elétricos novos ou usados, ou um [plug-in] híbrido.
O objetivo é que cinco por cento das vendas de carros novos em 2020 sejam de cariz elétrico ou movido a hidrogénio, o que seria cerca de 14.000 veículos. O Ontário tem atualmente 5.800 veículos elétricos licenciados na província, menos da metade de um por cento de todas as vendas de veículos.
O plano de ação para as alterações climáticas não exige a eliminação progressiva do uso de gás natural para o aquecimento, mas haverá dinheiro para os proprietários, se e quando eles decidirem mudar para tecnologias mais recentes, como sistemas geotérmicos e de bombas de calor.
O gás natural – que aquece 75 por cento das casas do Ontário – vai continuar a subir de preço com os governos a colocarem um preço sobre as emissões de carbono, e o governo acredita que os consumidores acabarão por procurar alternativas mais baratas para as suas caldeiras de aquecimento a gás e aquecedores de água.
O governo terá de trabalhar com os municípios para que o código de construção provincial e regulamentos locais estejam alinhados para assegurar a construção de casas de nível zero, acrescentou Murray.
A província vai gastar até 100 milhões de dólares para ajudar os fornecedores de gás natural a criar mais postos de abastecimento para incentivar mais camiões a usar o combustível em vez de diesel ou gasolina.
A ideia é dar aos consumidores uma escolha, não forçá-los a fazer mudanças.
A província já anunciou que o plano inclui 900 milhões de dólares para requalificar edifícios de apartamentos e habitação social com coisas como janelas eficientes em termos de energia e isolamento térmico nas canalizações.
Este também oferece 100 milhões de dólares para ajudar os municípios e as empresas a recuperar o metano dos aterros sanitários, caixotes verdes, estrume e estações de tratamento de esgoto e transformá-lo no denominado gás natural renovável.
O objetivo do Ontario é reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa em 15 por cento dos níveis de 1990 até 2020, 37 por cento em 2030 e de 80 por cento em 2050.
Fonte: Canadian Press