Lisboa, 22 jun (Lusa) – O presidente da Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco (SaeR) considerou hoje que a crise foi responsável por, pelo menos, metade da derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), com os restantes 50% divididos pelos gestores, Governo e Banco de Portugal.
“Eu diria que [a culpa da crise pelo colapso do GES] foi na casa dos 50% a 60%. Porque o que o estudo demonstra é que a crise teve, de facto, influência, potenciou as consequências, mas houve erros de gestão que podiam ter sido evitados e houve erros dos outros atores que intervieram, nomeadamente, do lado do próprio Governo e do Banco de Portugal”, afirmou à agência Lusa José Poças Esteves, líder da SaeR.
Poças Esteves falava à margem da apresentação do livro ‘Caso BES, a realidade dos números’, em Lisboa, uma obra que surgiu após a realização de um estudo feito pela SaeR, com coordenação de Poças Esteves e do professor universitário Avelino de Jesus, sob encomenda de Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, que concluiu que o supervisor bancário e o Governo falharam na condução do processo de intervenção no GES.