PONTE CHAMPLIN: QUÉBEC CONTRA A PORTAGEM

quebecA ponte que deverá substituir a actual ponte Champlin, será executada em parceria público-privada e será constituída por seis faixas para automóveis, uma faixa para comboio ligeiro e uma faixa para ciclistas e peões. Sobre a questão da portagem, o governo federal não deixa margem e não abdica desta dita “fonte de financiamento”. Estes são os parâmetros para a empreitada e neste momento o governo procura um construtor para realizar a obra. A escolha será feita na primavera de 2015 e o empreiteiro agraciado deverá entregar a ponte em 2018.
O plano de trabalhos foi apresentado, esta quarta-feira, em Montreal, pelo ministro das infraestruturas, Denis Lebel. Não foi, no entanto, revelado o valor estimado da obra, já que o ministro receia que essa informação possa de algum modo influenciar nas propostas dos concorrentes. Denis Lebel manteve também segredo quanto ao valor a fixar para a portagem mas garantiu que o será adequado e enquadrado, tendo em conta os preços já praticados em situações similares. O ministro confessou que não tinham sido estudadas as consequências da aplicação da portagem no congestionamento das restantes pontes da margem sul, mas garante que o governo federal não pode abrir mão desta “contribuição”.
Por sua vez, o governo regional e os municípios diretamente afetados, pronunciaram-se contra a portagem na ponte Champlin. O Ministro dos Transportes, Sylvain Gaudreault, referiu que “é absolutamente essencial que o governo do Québec diga não a qualquer tipo de pagamento na ponte Champlin, considerando que, para nós, trata-se de uma substituição da ponte actual.” Gaudreault reforça assim a ideia de que não sendo uma “ponte nova”, ou seja, sem antecedentes, o governo federal deverá assumir o total financiamento da substituição.
O deputado neo-democrata de Brossard-La Prairie, Huoug Mai, fala mesmo em “chantagem” por parte do governo Harper, quando este insiste no lema “sem portagem não há ponte”, denunciando o facto de não ter havido discussão real com o governo regional ou com as municipalidades afectadas.
Também, o presidente da câmara municipal de Montreal, Denis Coderre, reiterou a sua oposição afirmando “nós somos contra a portagem e estamos em posição de negociação (…) pois se a ponte deve ser substituída, acham mesmo que eles não vão assumir as suas responsabilidades?”
Sylvain Gaudreault revelou-se ainda surpreso pelo facto de não ter ainda tido resposta à proposta da primeira-ministra Pauline Marois ao seu homólogo federal Stephen Harper, em criar um gabinete de projetos conjunto onde todos os intervenientes e interessados se pudessem reunir e negociar.
Entretanto inicia-se oficialmente o processo para encontrar um construtor capacitado para efetuar a obra. O consórcio deverá, não só, construir a ponte, mas também proceder a outros trabalhos auxiliares, tais como demolir a atual ponte da île-des-Soeurs e construir uma nova e reconstruir e alargar, de quatro para seis faixas, o troço federal da autoestrada 15, entre a ponte e a saída Atwater. Até à primavera os potenciais candidatos devem apresentar um dossier de qualificações e posteriormente, os candidatos retidos deverão apresentar as suas propostas até ao verão. O concurso está aberto a nível internacional porem, em jeito de favorecimento das PME do Québec, algumas sessões de esclarecimentos serão dirigidas às empresas locais, para que estas possam de algum modo colaborar com os gigantes canadianos e internacionais.