Um grupo de trabalho encarregado de encontrar maneiras de modernizar o policiamento e controlar o orçamento de mil milhões de dólares do Serviço de Polícia de Toronto (TPS) identificou 2019 como o prazo para a implementação integral das suas recomendações.
Na quinta-feira, a Transformational Task Force divulgou um relatório final intitulado “Plano de Ação: Caminho para o Futuro”.
O documento de 33 páginas endossa as 24 recomendações que foram feitas num relatório provisório em junho e delineia um plano para a sua plena implementação.
Em 2017, o relatório diz que a polícia deve entregar formalmente à cidade o controle do programa guarda da escola segura, estimado em 6,8 milhões de dólares, e investir em tecnologia moderna que facilite a interação dos membros do público com os agentes através de chamadas de vídeo, redes sociais, e a aplicação dos Serviços de Polícia de Toronto.
Entretanto, em 2018, o relatório indica que o TPS deve entregar ao município de Toronto a responsabilidade do seu programa de salva-vidas, estimado em 1,1 milhões de dólares, e desenvolver novas capacidades para análise de dados que permitirão a prestação de serviços de policiamento baseados em evidências onde eles são mais necessários.
O relatório também aponta que a polícia deve eliminar 450 oficiais uniformizados até 2019 por atrito e manter um congelamento de três anos em promoções não essenciais.
Mudanças significativas previstas para 2019
Algumas das mudanças mais ambiciosas propostas pelo grupo de trabalho não estão agendadas para serem concluídas antes de 2019.
Essas mudanças incluem redesenhar alguns limites divisórios e fechar delegacias de polícia, equipando os oficiais com os chamados “eNotebooks” que reduzirão a necessidade de «cruisers», e usar funcionários civis em vez de pessoal uniformizado, com um custo maior, para “acompanhar incidentes de segurança não-emergência em bairros.
De modo mais geral, o relatório apela a uma mudança no modelo de prestação de serviços do TPS, que tornará prioritário o policiamento de vizinhança.
Como parte dessa mudança, os novos agentes terão que fazer a patrulha policial por pelo menos um ano e os agentes policiais serão mantidos num bairro por pelo menos três anos de cada vez.
Sindicato opôs-se às recomendações
Enquanto Saunders e outros líderes do TPS disseram que o grupo de trabalho visa apenas a modernização do policiamento, o sindicato que representa os agentes policiais na linha da frente alegou que é realmente sobre reduzir custos à custa da segurança pública.
Falando com a CP24 sobre o relatório na quinta-feira, o presidente da Associação de Polícia de Toronto, Mike McCormack, disse acreditar que o relatório é “nada mais do que cortes ligeiramente velados como transformação”.
O relatório foi apresentado ao Conselho de Serviços de Polícia de Toronto na quinta-feira, mas não será discutido até fevereiro.
Ao discutir as recomendações com os repórteres na sede da polícia, o presidente Tory descreveu-os como um “enorme passo em frente” quando consideradas no seu todo. E observou que, uma vez totalmente implementadas, as mudanças criarão uma cultura focada na “transparência” com um “foco renovado na comunidade e policiamento de bairro”
O relatório solicita ao conselho de administração do TPS que designe um “conselheiro independente” para dar “conselhos e perspetivas” sobre a implementação das recomendações. Ainda de acordo com o relatório, o TPS deve atualizar a administração do seu progresso, trimestralmente, e tornar um cartão de registo de resultados publicamente disponível, para que os contribuintes possam acompanhar o progresso.
Fonte: CP24