PJ INVESTIGA SUSPEITAS NA CONSTRUÇÃO DE HOSPITAL PEDIÁTRICO

Revestimento das paredes exteriores do edifício, inaugurado há dois anos e meio, está a desmoronar-se (Foto de Ricardo Almeida)
Revestimento das paredes exteriores do edifício, inaugurado há dois anos e meio, está a desmoronar-se (Foto de Ricardo Almeida)
Revestimento das paredes exteriores do edifício, inaugurado há dois anos e meio, está a desmoronar-se (Foto de Ricardo Almeida)
Revestimento das paredes exteriores do edifício, inaugurado há dois anos e meio, está a desmoronar-se (Foto de Ricardo Almeida)

A alegada burla na construção do Hospital Pediátrico de Coimbra, que está a ser investigada pela PJ, pode ascender a mais de 30 milhões de euros. As contas são feitas por João Costa da Silva, um ex-fiscal residente da empreitada, que foi proibido de entrar na obra após ter alertado para os defeitos na construção. As anomalias denunciadas na altura foram agora confirmadas pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
Aos erros de construção e uso de materiais de inferior qualidade pelo consórcio construtor – que obrigam à realização imediata de obras de cinco milhões – somam-se os custos com contratos adicionais, de oito milhões, e uma indemnização de 16,7 milhões, pagos devido ao condicionamento da obra por existência de uma linha de água. João Costa da Silva diz que o alegado lençol freático não existe e que foi tudo “um em buste para se apoderarem de dinheiros a que não tinham direito”. E remete para um levantamento com 46 furos feito em 2003 pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), em que não foi detetada água no subsolo.
“Foi tudo para ludibriar o dono da obra”, assegura o ex-fiscal, contratado na altura pela ARSC. Além das obras imediatas, o relatório da IGAS refere que o edifício, inaugurado há dois anos e meio, necessita de uma intervenção de fundo, que irá obrigar ao encerramento de serviços e causar danos ao Estado no valor de 20 milhões de euros, pelo que propõe um pedido de indemnização nesse valor.
Entretanto, o secretário de Estado Fernando Leal da Costa disse ontem que o Governo tudo fará para “salvaguardar os interesses do Estado”.