PETRÓLEO EM PORTUGAL?

Neste momento há 15 empresas a trabalharem em território português na pesquisa de petróleo e gás, tendo em vista dois fatores essenciais: conhecer-se com exatidão quanto vale o subsolo português e numa segunda fase a exploração das matérias primas, caso os estudos da primeira fase assim o justifiquem.

Não é a primeira vez que isto acontece. Pesquisas de natureza geológica já se fazem em Portugal há 80 anos, na mira de se encontrar o ouro negro que tanto tem contribuído para o desequilíbrio das contas públicas portuguesas. A esperança sempre marcou estas pesquisas, sem que até à data pudesse ser revelado a boa notícia de Portugal ter quantidades economicamente rentáveis de hidrocarbonetos.

De repente começaram a levantar-se vozes em Portugal contra a pesquisa e os estudos geológicos, com a argumentação que esta industria iria prejudicar o turismo e quem sabe, arruinar o País. Esta tendência alarmista começou a ser desenvolvida por grupos estrangeiros reformados, residentes em Portugal, e que pretendem passar
o resto das suas vidas num ambiente limpo e livre de qualquer industria.

Curiosamente, estes contestatários são provenientes de países altamente industrializados e até utilizadores de energia nuclear. Uma vez chegados a Portugal, pensaram que teriam descoberto o paraíso e nada poderia ser estudado ou investigado, enquanto nos seus países de origem tudo vale e é possível para lhes pagarem as reformas que conseguiram por direito.

Esta influência estrangeira contagiou movimentos portugueses e começou a ser criada uma onda de forte contestação aos estudos que estão a ser feitos. A reprovação é tanta que até se opõem a que sejam feitos estudos para se conhecer o verdadeiro
mapeamento geológico do País. Portugal ainda não sabe o que tem debaixo da terra, nem quanto vale. E a continuar assim, terá de importar sempre as matérias primas que bem caras saem aos bolsos dos portugueses.

Esta nova tendência de juízes e fundamentalistas do ambiente esquece que ao largo da costa portuguesa, e não muito afastado das praias que todos pretendem preservar, passam diariamente, cargas de produtos poluentes que em caso de alguma desgraça prejudicariam muito mais do que qualquer industria extrativa em terra, devidamente
regulada e monitorizada.

O Canadá é um exemplo de boas práticas de como, com vigilância apertada, qualquer extração petrolífera pode ser feita sem riscos ambientais. Claro que se houver petróleo em Portugal será explorado e bem vigiado. Mas os portugueses resistem sempre, mesmo quando as oportunidades são evidentes. E atualmente parece ser politicamente correto alinhar na contestação, mesmo que seja por ignorância.

A Direção