PENSÕES VITALÍCIAS DA CLASSE POLÍTICA TERÃO CORTES

Paulo Portas e Passos Coelho tentam evitar tensões (Foto de Hugo Correia/REUTERS)
Paulo Portas e Passos Coelho tentam evitar tensões (Foto de Hugo Correia/REUTERS)
Paulo Portas e Passos Coelho tentam evitar tensões (Foto de Hugo Correia/REUTERS)
Paulo Portas e Passos Coelho tentam evitar tensões (Foto de Hugo Correia/REUTERS)

O corte nas subvenções vitalícias dos políticos está a dividir a coligação, e até o principal partido do Governo, o PSD. O tema não está fechado, e ontem, no Conselho de Ministros que debateu o Orçamento para o próximo ano, a ministrada Justiça, Paula Teixeira da Cruz (PSD), chegou a avançar com a sua suspensão ou, em alternativa, um corte de 70 por cento, isto depois da proposta inicial de se cortar apenas 15 por cento em 2014. No CDS reclama-se a suspensão total, sendo certo que Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, renunciou em 1996 a tal privilégio.
Apesar de o CDS ter começado o dia, pela voz de João Almeida, a defender a suspensão destas pensões – que custam ao Estado, em média, mais de dez milhões de euros por ano –, foi a ministrada Justiça quem avançou primeiro: suspensão total, com exceções para quem não tenha outra fonte de rendimentos e tenha dedicado toda a sua vida à política. Se não for possível esta versão, avance-se comum corte de 70 por cento. Segundo apurou o CM, no Conselho de Ministro, que durou dez horas, a ideia teve acolhimento. O CM tentou contactar o Ministério e a ministra, mas sem êxito.
Portas terá sido um dos defensores da proposta, até porque João Almeida, seu porta-voz, pediu a suspensão do pagamento destas pensões em 2014 em nome da ética. Ainda que tenha falado a título pessoal, Almeida não ficou sozinho. Teresa Leal Coelho, vice-presidente do PSD, também sustentou a proposta a título pessoal. E fê-lo porque no PSD os deputados dividem-se e há quem queira apenas um corte de 15 por cento. Esta medida será discutida pelo Executivo durante o fim de semana, na preparação do Orçamento de 2014, e alguns parlamentares da coligação ouvidos pelo CM, sob anonimato, garantem que farão pressão para que estas pensões sejam suspensas ou tenham cortes superiores.
Em termos globais, há 410 políticos a receber, em média, 2300 euros/mês de subvenção, a que se juntam outras reformas. Entre os que recebem este apoio estão Bagão Félix, Armando Vara e Dias Loureiro.