
Maputo, 09 jun (Lusa) – A Assembleia da República (AR) de Moçambique anunciou hoje que vai formar uma comissão de inquérito para apurar os contornos das dívidas escondidas contraídas pelo Governo moçambicano entre 2013 e 2014.
“Logo que as condições legais estiverem criadas, será criada uma comissão de inquérito parlamentar, tal como foi pedido pelas três bancadas parlamentares”, afirmou a presidente da AR, Verónica Macamo, no discurso de encerramento da sessão extraordinária que o órgão convocou para ouvir do Governo explicações sobre as circunstâncias em que o Governo, na altura dirigido por Armando Guebuza, contraiu dívidas de mais de mil milhões de euros à revelia do parlamento e dos organismos financeiros internacionais.
Nas suas intervenções durante a sessão extraordinária, que começou na quarta-feira, as bancadas da Frente de Libertação de Moçambique, (Frelimo), que detém o maior grupo parlamentar e apoia o executivo, Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido, defenderam a criação de uma comissão de inquérito para a averiguação das chamadas dívidas escondidas.