Os pais solteiros são duas vezes mais propensos a relatar a má saúde física e mental do que os pais com parceiros, de acordo com um novo estudo de um grupo de pesquisadores da área de Toronto.
Além disso, os pais solteiros experimentam o mesmo stress e tensão que as mães solteiras, o que provavelmente está relacionado ao baixo rendimento e desemprego, apontam os pesquisadores.
“Há muito tempo que sabemos que a paternidade solitária tem efeitos negativos sobre a saúde dos pais, mas poucos estudos têm um foco na população de um único pai”, disse a autora principal Maria Chiu, da Universidade de Toronto.
As famílias monoparentais representam 16% das famílias no Canadá, 27% das famílias nos Estados Unidos e 25% no Reino Unido, segundo o que é escrito por Chiu e os seus colegas no Journal of Epidemiology and Community Health.
“Temos de prestar atenção à saúde física e à saúde mental de pais solteiros da mesma forma que fazemos com mães solteiras”, diz a pesquisadora Maria Chiu.
“Sabemos que, em geral, os homens são mais relutantes em procurar serviços de saúde, especialmente a saúde mental, por causa dos estigmas associados”, apontou. “Temos de prestar atenção à saúde física e à saúde mental de pais solteiros da mesma forma que fazemos com mães solteiras”.
Chiu e os colegas analisaram as respostas de 1058 pais solteiros em Canadian Community Health Surveys entre 2001 e 2013. Cerca de 12 por cento dos pais solteiros e mães solteiras relataram saúde má ou razoável, numa escala de cinco pontos que vai de “má” a “excelente”. Os pais solteiros tinham uma probabilidade duas vezes maior do que os pais parceiros para avaliarem a sua saúde física e mental como “má/razoável”.
A família monoparental é a forma de família que cresce mais rapidamente no Canadá, disse Terrance Wade, da Universidade Brock, em St. Catharines, Ontário, que não esteve envolvido no estudo.
No Canadá, o número de pais solteiros aumentou a um ritmo mais rápido do que as mães solitárias, e pais solitários agora formam um quinto dos pais solitários, escreve a equipa de Chiu.
A maioria dos pais solteiros incluídos na análise tinham mais de 45 anos e tinham sido casados antes. Um em cada cinco ganhava menos de 30 000 dólares por ano, e 15 por cento estavam desempregados. Um em cinco tinha duas ou mais condições médicas crónicas, e um em cada 10 tinha um estado de humor ou transtorno de ansiedade diagnosticado. Em comparação com as mães solteiras, os pais solteiros também tinham um menor consumo de frutas e vegetais e eram mais propensos a ter excesso de peso e a ser bebedores compulsivos.
Pesquisas futuras devem analisar se a paternidade monoparental é uma causa ou consequência da saúde precária, observam os autores do estudo. Além disso, os pesquisadores devem comparar pais solteiros e parceiros com pais ausentes, disse Andrew Howlett, do Hospital Mount Sinai, em Toronto, que não esteve envolvido no estudo.
Segundo Chiu, alterações de políticas públicas poderiam ajudar mais pais solteiros a ter acesso a assistência social e apoio à criança.
O estudo foi o trabalho de coautores afiliados da Universidade de Toronto e McMaster University em Hamilton, bem como do Women’s College Hospital, Cancer Care Ontario, do Centro de Dependência e Saúde Mental e do Instituto de Ciências de Avaliação Clínica, todos em Toronto.
Fonte: CBC News