
Os tempos de espera para um diagnóstico de autismo para crianças canadianas são substanciais, de acordo com um novo estudo, com o tempo de quando um médico faz um primeiro encaminhamento para um especialista até ao diagnóstico final, a levar uma média de oito meses.
Grande parte desse tempo é gasto com a avaliação real, que pode ser demorada, concluiu o estudo.
O estudo foi conduzido por Melanie Penner, uma pediatra de desenvolvimento no Holland Bloorview Kids Rehabilitation Hospital, em Toronto.
A sua equipa criou um inquérito online que foi realizado através da Sociedade Canadiana de Pediatria, perguntando a certos pediatras em todo o Canadá, que eram mais suscetíveis de encontrar as crianças com autismo, qual o tempo que levavam para obter os diagnósticos. Ao todo, responderam 57 pediatras.
O inquérito constatou que os tempos de espera tinham uma média de oito meses, desde o encaminhamento à comunicação do diagnóstico às famílias. Eles descobriram que o tempo que levou para realizar a avaliação foi o maior determinante do tempo de espera para o diagnóstico. A província, onde as crianças foram testadas, e o tipo de avaliador que eles usaram foram os fatores menos importantes.
Os resultados foram apresentados na quinta-feira no Encontro Internacional para a Pesquisa do Autismo (IMFAR), o maior encontro do mundo científico na pesquisa do autismo.
Os autores dizem que os seus resultados destacam “a necessidade de práticas de avaliação eficientes”.
Eles observam que estes tempos de espera normalmente ocorrem durante uma altura importante para a aprendizagem social e os atrasos podem ter como consequência resultados de desenvolvimento abaixo de um nível ótimo.
No mês passado, Penner apareceu no programa Canada AM da CTV, onde afirmou que os tratamentos do autismo, tais como IBI (Intensive Behaviour Intervention) e a menos intensiva ABA (Applied Behaviour Analysis) tendem a ser mais bem sucedidos se começados mais cedo.
Como não existem testes neurológicos para o autismo, os especialistas de diagnóstico concentram-se em duas áreas: interação social e comunicação; bem como em comportamentos repetitivos ou limitados.
Fonte: CTV News
