Um corredor ferroviário de alta velocidade entre Toronto e Windsor, no Ontário, começa a ganhar forma. Uma ideia discutida no Ontário por décadas, mas que agora parece ver a luz ao fundo do túnel, com a primeira-ministra da província a dizer que é chegada a hora de isso se tornar uma realidade.
Um relatório comissionado pelo governo, que examina a viabilidade de tal projeto, estima o custo do projeto em 20 mil milhões de dólares e deixa a sugestão para encontrar no setor privado um parceiro de financiamento.
O trabalho de design preliminar e uma avaliação ambiental de 15 milhões de dólares estão na fase inicial, com o objetivo de ter um serviço completo em 2031.
Os comboios na ligação ferroviária planeada poderão circular a uma velocidade de até 250 quilómetros por hora, o que deverá reduzir os tempos de viagem entre Toronto e Windsor de quatro para duas horas.
A primeira-ministra do Ontário, Kathleen Wynne, salientou que para além de reduzir o tempo de viagem das pessoas, o projeto servirá como um catalisador económico ao longo de um corredor que concentra mais de sete milhões de pessoas e mais de 60% da atividade económica do Ontário.
A rede ferroviária de alta velocidade tem sido debatida desde a década de 1970, mas as desculpas de que o país é muito grande e a população muito pequena, levaram muitos a concluir que era um esforço que não valia a pena. Todavia, Wynne diz que agora é tempo de avançar com a ideia.
“Perdemos oportunidades como província porque não temos essa linha a funcionar”, lembrou Wynne, durante o anúncio na sexta-feira em London, Ontário, um ponto intermédio para a rota ferroviária.
O governo afirma que o Ontário é a primeira província a avançar para uma “transformação ferroviária” desta escala. Uma nova entidade pública será criada para supervisionar o projeto.
Em 2015, o governo aprovou um conselheiro especial para a rede ferroviária de alta velocidade, com vista a avaliar a possibilidade de tal projeto, com David Collenette a concluir que este projeto poderá ter vantagens económicas.
Segundo ele, isso aliviaria a pressão sobre a autoestrada 401, já muito congestionada, aumentando a capacidade de viagem aérea, ao diminuir a necessidade de voos de curta distância, e estimulando o desenvolvimento regional.
Collenette, um ex-ministro federal dos transportes, recomendou que a primeira fase estabeleça a ligação entre Toronto e London até 2025 e, em seguida, prolongue a linha para Windsor, numa segunda fase.
Fonte: Canadian Press