O TERROR DO NOSSO DIA

Paris, Bruxelas, Bamako são três cidades em pânico, diferentes, nos últimos dias, devido a atividades terroristas, com mortes, ameaças e medos por incertezas. A falta de segurança é evidente e foi preciso instalarse o terror no centro da Europa para o mundo despertar para esta nova realidade chamada Estado Islâmico e que vem ganhando espaço e protagonismo.

O mundo está preocupado porque o autoproclamado Estado Islâmico pretende controlar todas as regiões árabes ou de maioria islâmica. Tudo começou no Iraque com o apoio de organizações terroristas, como a Al-Qaeda, e outros grupos tribais sunitas. Até à intervenção americana no Iraque, sabia-se que no mundo árabe não reinava a democracia e nem o povo respirava as amplas liberdades. Mas uma coisa era certa, a mão pesada dos líderes impunha respeito e bem ou mal eles eram os interlocutores e representantes daqueles povos.

Depois do derrube de Sadam Hussein, no Iraque, veio a designada primavera árabe, com origem na Tunísia e que, rapidamente, se estendeu a todo o mundo árabe. Os líderes carismáticos foram caindo, de forma mais ou menos espetacular, como foi, também, o caso de Kadafi, na Líbia. A intransigência a estas transformações morou na Síria, o único país árabe laico e o mais liberal do médio oriente e em que os direitos religiosos e de género eram pacíficos.

Mas a intransigência norte americana em derrubar Bashar al-Assad, transformou a Síria num campo de batalha, sem lei nem regras. A primeira consequência foi o êxodo de populações que chegaram à Europa em quantidades nunca vistas desde a II Guerra Mundial. Pelo meio de tantos refugiados vieram outros com intenções bem estudadas e que agora começaram a pôr em prática. O terrorismo está instalado e não se sabe quando e onde poderão acontecer novos atos assassinos.

O Estado Islâmico aproveitou a situação de guerra civil na Síria para se expandir e instalar. Ocupou territórios e passou a controlar vastas regiões, onde impõe regras rígidas baseadas nas leis islâmicas. Quem não se submeter, morre. A violência é aplicada a todos, incluindo muçulmanos xiitas e outros. Quem manda são as entidades religiosas, submetidas a um chefe supremo (califa) que se assume como descendente de Maomé. Por tudo e por nada aplica-se a Lei Sharia, em que não há separação entre Religião e Direito. Tudo está baseado nas escrituras sagradas (ao tempo da vida tribal no deserto) e no que pensam os líderes religiosos.

Pelo meio e em nome da limpeza cultural, assiste-se à destruição do Património da Humanidade. Também a música foi restringida, entre tantas outras coisas comuns ao mais normal dos mortais do ocidente. Para combater tudo isto, também deveremos recordar que foi em nome da Religião que todo o Ocidente se espalhou pelo mundo, levando o evangelho e impondo regras que se supunham serem as mais corretas para a época, embora a par da religião morasse o fator científico. O que virá a seguir é, por enquanto, uma incerteza.

A Direção