O PRAZER DE DESTRUIR O PRAZER

Correio da Manhã Canadá

Barcelona foi mais um caso de terrorismo urbano em que morreram inocentes em nome de ideais criados pelo Homem e cujo prazer é destruir, desfazer, matar e acabar com tudo. Se é assim, então que mundo é este que gera inteligências com o único objetivo de alcançar o fim da vida? Que mal fizeram todos os inocentes que já foram vitimados, por razões que desconhecem e para as quais em nada contribuíram?

Há muito que o povo diz que o mundo está louco e disso não tem dúvidas. Em nome da religião, alguns fanáticos espalham o terror para dessa forma serem recordados e respeitados. E quem pode respeitar seres dessa natureza? O mundo árabe é muito grande. O Islão tem muitos crentes, e que se saiba não vivem todos em permanente conflito.

Bastam uns quantos para lançarem a confusão e o terror, sob a proteção de outros tantos e que andam por aí a enganar o mundo. A confusão vem à posteriori quando todas as forças em jogo começam a levantar vozes e a fazerem valer também os seus pontos de vista. Alguém tem de defender os cidadãos inocentes e pelo caminho que isto está a levar é imprevisível o que possa vir a acontecer. E inocentes há em todos os lados da contenda.

Já existem correntes de opinião que culpam a própria Europa por tudo o que está a acontecer e com argumentos que podem ser autênticos barris de pólvora. Comenta-se muito nas redes sociais que em Auschwitz e noutros campos de concentração, as tropas hitlerianas mataram 6 milhões de judeus. Finda a guerra e alcançada a paz desejada, a Europa abriu as portas a mais de 20 milhões de muçulmanos. Estes exercícios de pensamento começam a circular e são aproveitados por outros fanáticos e líderes políticos com responsabilidades acrescidas.

Hoje já se fala que se castigou o povo que se designava de escolhido por Deus e era portador do pensamento e da criatividade e, em contrapartida, abraçou-se outro que é perito na destruição e que troca a inteligência pela superstição. Comparações destas, em nada contribuem para a paz e o bem-estar social.

Uma parte do mundo árabe, nomeadamente o Irão, assegura mesmo que o holocausto foi uma invenção e nunca se perseguiram e mataram judeus. O mundo ocidental, afinal, o nosso mundo, está sempre no meio e sujeito às críticas e represálias. O mundo da liberdade e que, afinal, todos procuram, é o que mais se desenvolveu, aproveitando as valências de todos, mas também é o que mais sofre quando a vingança se sobrepõe a tudo e a todos. É o prazer de destruir o prazer.

Todas as medidas de segurança são poucas para evitar problemas desta dimensão. O terrorismo urbano é cruel e não pode ser usado ao serviço de um qualquer Deus. A informação corre rápido e tal como os autores dos atentados se apressam a reivindicar a desgraça, os que estão do lado das vítimas choram os mortos e desprezam os políticos que dão acolhimento e subsidiam os grupos terroristas. Por vezes, também se torna difícil entender a justiça que liberta gente que tanta desgraça espalhou. As opiniões dividem- se e há quem fala em paz estando a mentir.

JP