O INVESTIMENTO E A CONFIANÇA

Os investidores à escala global estão a posicionar-se numa estratégia defensiva, como há muito tempo não se via. Já não basta cheirar os negócios, ler e acreditar em relatórios e mandar avançar com garantias plenas. Certezas já não há e o que resta é a confiança que ainda se deposita em pessoas, instituições e países.

À partida é fácil depreender que os melhores ganhos e benefícios vêm das economias que mais crescem. Qualquer investidor poderia apostar às cegas nessa teoria, mas o que de facto se passa é um pouco diferente. Há países que registam taxas de crescimento muito acima da média, como o caso do Irão e depois não oferece ao investidor anónimo as garantias que este mais ambiciona.

O crescimento já não significa tudo, porque também pode ser efémero ou fruto de situações pouco sustentadas e que de um momento para o outro podem desmoronar-se. O sucesso está na confiança que se cria e na base cultural em que se trabalha e movimenta. Um povo sem cultura fica sujeito às perspetivas táticas dos investidores e nunca é encarado como fazendo parte de uma estratégia de bases sustentadas.

Num mundo orientado para o lucro como se pode viver com taxas e benefícios negativos? Há quem pague por conceder créditos e os responsáveis pela economia global chamam a isto o cancro do sistema financeiro, mas foram eles que o criaram e o defenderam com a argumentação que serve para fazer face às instabilidades política, social e económica.

Os problemas estão criados e as soluções vão aparecendo com maior ou menor rapidez e lucidez e é aqui que a América se distingue do resto do mundo. Por muito que se invente ou se faça crer em estratégias salvadoras, é a América do Norte que aponta saídas mais eficazes e dita as regras do futuro.

O sucesso na resolução de problemas está diretamente relacionado com a capacidade cultural de um povo. Esse investimento que se faz desde muito cedo tem sempre benefícios garantidos. Pena é que em muitas partes do globo ainda haja crianças que não vão à escola e a única aprendizagem que lhes proporcionam é a lei da sobrevivência a qualquer custo e que às vezes esse custo sai demasiado caro. Mais dispendioso do que se se tivesse apostado seriamente em políticas do saber, do conhecimento e da cultura.

Hoje, sabe bem investir e receber os melhores resultados dessa aposta. Mas melhor ainda é quando o fazemos em segurança e com toda a confiança, sabendo-se que apesar de se ganhar não terá que haver, forçosamente, alguém a perder.

A Direção