O FUTEBOL TEM COISAS

As imagens correram mundo: Cardozo, o grande avançado do Benfica, acabara de receber ordem de expulsão por parte do não menos famoso árbitro, Pedro Proença. Em causa uma agressão a um adversário, que também acabou expulso.

Até aqui tudo normal como se verifica em qualquer campo de futebol de qualquer País. Só que estamos a falar do campeonato português, do Benfica e do considerado melhor árbitro do mundo.

Para quem não viu, rápida explicação: Nos minutos finais da partida entre o Nacional da Madeira e o Benfica, quando o resultado indicava empate, o árbitro marca pontapé de canto a favor do Benfica. Há um jogador do Nacional que retém a bola e retarda o reinício do jogo. O jogador Cardozo do Benfica resolveu, então aplicar a sua lei e pontapeou o adversário para lhe retirar a bola. O árbitro exibiu-lhe, obviamente, o cartão vermelho direto (ordem de expulsão) e mostrou o cartão amarelo ao adversário por anti jogo (acabou também expulso por acumulação de amarelos).

A partir desse momento, parece que tudo deixou de ser importante em Portugal, passando o Benfica e o Cardozo e o Pedro Proença a serem os focos de atenção de um País que procura com esforço e sacrifício o caminho da normalidade.

Gente que se supõe brilhante nas suas profissões veio à praça pública clamar justiça, defender o que não tem importância e escrever barbaridades justificando o ridículo. O jogador que não só agrediu um companheiro de profissão como também puxou a camisola do árbitro, com alguma agressividade, dizia, 48 horas depois, através do seu agente, estar arrependido e arrasado.

A justiça do futebol, que é mais célere do que qualquer outra, determinou que o jogador sofreria um jogo de castigo. O mínimo que se poderia aplicar numa situação destas. No final, a montanha pariu um rato, mas o problema não ficou resolvido. Não vimos nenhum dirigente, nem adepto responsável, nem nenhuma dessas figuras pardas que fazem tudo na vida e escrevem sobre futebol, a dizer que o jogador teve comportamento lastimável. Pedro Proença foi considerado o melhor árbitro do mundo, mas para os portugueses isso pouco importa. Na selecção nacional também joga um dos melhores do mundo, mas isso também pouco importa, senão não iriam vê-lo em Portugal e gritar pelo Messi.
São estes mesmos que depois criticam a ideia da emigração. Fazia-lhes bem e dava-lhes um pouco de mais mundo às cabeças.

A Direção