

A violência sexual e o assédio estão “enraizados na misoginia”, disse a primeira-ministra do Ontário, Kathleen Wynne, na sexta-feira, quando apresentava um plano para acabar com os “comportamentos aprendidos”, através de legislação, aumento do financiamento e um anúncio de serviço público franco, noticiou a Canadian Press.
O plano “It’s Never Okay” (Nunca está bem) inclui nova legislação e uma campanha de sensibilização centrada num anúncio que descreve agressões e assédio, que a primeira-ministra descreveu como desconfortável para assistir, mas muito mais difícil de experimentar.
O anúncio mostra um rapaz com uma rapariga embriagada numa festa, um homem a esfregar os ombros de uma colega de trabalho (mulher), obviamente desconfortável, um estudante que mostra aos amigos fotos da sua namorada, e um homem num bar a colocar algo na bebida de uma mulher. Em cada uma das situações, estes olham diretamente para a câmara e agradecem ao espectador por não dizer nada.
“Quando você não faz nada, você está a ajudá-lo a ele”, lembra o anúncio. “Mas quando você faz algo, você pode ajudá-la.”
Em seguida, as raparigas e as mulheres nas situações voltam-se para a câmara e dizem Obrigado por se manifestarem.
O plano, que vem com um compromisso de 41 milhões de dólares, em três anos, aborda o assédio no local de trabalho, o julgamento de casos de violência sexual, um prazo de prescrição para ações cíveis em casos de agressões sexuais, apoio à vítima e assaltos nos terrenos de universidade.
O plano tem como objetivo “eliminar a cultura do estupro no campus”, uma decisão bem recebida por grupos de estudantes. As faculdades e universidades serão obrigadas por lei a ter uma política de agressão sexual e divulgar publicamente as suas estatísticas sobre a violência sexual.
O plano também inclui legislação, a ser introduzida no outono, para eliminar um prazo de prescrição de dois anos para as alegações de agressão sexual (ações cíveis) e reforçar a legislação de segurança do trabalho. A (lei) Occupational Health and Safety Act será alterada para incluir uma definição de assédio sexual e poderá exigir aos empregadores que investiguem e resolvam tais incidentes.
O governo também está a prometer impulsionar o financiamento de centros de apoio para agressões de âmbito sexual.
A comissão deverá apresentar um relatório no final de 2015.
Também será criada uma mesa-redonda permanente sobre a violência contra as mulheres, que incluirá também os homens.
