NO MELHOR PANO CAI A NÓDOA

Ainda faltam duas jornadas para acabar o campeonato de futebol da primeira liga portuguesa e já estão definidos os cinco primeiros classificados. Aconteça o que acontecer, o Benfica é campeão; o Sporting é segundo e com acesso direto à próxima Liga dos Campeões; o Porto terá de tentar a sua sorte nas pré-eliminatórias da Champions; e Estoril e Nacional da Madeira têm já lugar marcado na próxima Liga Europa. No fundo da tabela é que persiste a luta e o entusiasmo para se ver quem será despromovido.

Portanto, com alguma antecedência ficou a saber-se quase tudo. O Benfica, ao sagrar-se campeão, como tudo indicava e todos reconheciam esse mérito, fez explodir de alegria os adeptos espalhados um pouco por todo o mundo.Mas foi em Lisboa a grande festa e o local escolhido, o emblemático Marquês de Pombal.

Os benfiquistas fizeram a festa até altas horas da madrugada e jornalistas de todo o mundo relataram com surpresa a dimensão da alegria. Mas no melhor pano cai a nódoa. Não contentes com a vitória do seu clube, alguns adeptos resolveram pintar o monumento do Marquês de Pombal a vermelho com siglas do SLB e outras expressões desajustadas. Energúmenos há em todo o lado e o Benfica bem poderia dispensar esta gente, porque em nada beneficia a instituição e a obra feita.

Recentemente, durante as cerimónias fúnebres de Eusébio, tanta era a ânsia de alguns desses adeptos, inconscientes, em acompanharem a urna, que invadiram o cemitério e num ato de puro desrespeito pelo espaço, danificaram algumas outras campas.

Enfim, estamos perante verdadeiros atos de vandalismo e de terrorismo urbano. Já não faltava o protesto graffiti senão mais esta forma de expressar a felicidade através da vandalização de monumentos. Esta moda do graffiti foi encarada como se a arte tivesse saído à rua.

Baseia-se na escrita, desenhos e riscos pulverizados ilicitamente colocados em espaços públicos. Das paredes aos comboios, sinalética de trânsito, monumentos, pontes, fachadas, casas de banho e um sem fim de locais, tudo aparece vandalizado sob a forma de protesto, contestação ou alegria.
Na América as multas são famosas, também na Europa já é considerado crime punível com pesada coima. Mas o certo é que os graffitis abundam. E desta vez será que o Benfica vai custear a limpeza do monumento ao Marquês de Pombal? A justiça no futebol é mais rápida, por isso resta aguardar e ver o que acontece. Para já uma certeza: nenhum campo de futebol
tem graffiti.

A Direção