

(Tyler Irving)
As estações e carruagens de metro de Toronto tiveram os mais altos níveis de poluição atmosférica dos três principais sistemas de transporte público do Canadá, segundo um estudo recentemente publicado, coautoria de um professor de engenharia universitário.
O estudo, iniciado pela Saúde Canadá e publicado na revista Environmental Science & Technology, comparou os níveis de poluentes nas linhas de metro de Toronto com os sistemas SkyTrain de Vancouver e Metro de Montreal.
Conduzido em 2010-2011, o estudo concluiu que os poluentes nos comboios e plataformas em Toronto foram até 10 vezes mais elevados do que o ar exterior, e cerca de três vezes mais altos do que os níveis no Metro de Montreal. Os níveis de Vancouver foram os mais baixos entre os três sistemas.
“As conclusões revelaram algumas oportunidades pelas quais podemos realmente melhorar a qualidade do ar no sistema de Toronto”, afirmou o coautor do estudo Greg Evans, professor de engenharia da Universidade de Toronto, à CBC Toronto.
Juntamente com pesquisadores da Saúde Canadá e McGill University, Evans e os seus alunos recolheram dados sobre as carruagens e plataformas de metro da Toronto Transit Commission (TTC), durante três semanas no verão de 2010 e no inverno de 2011. Os alunos tinham mochilas com pequenos instrumentos portáteis que mediam as minúsculas partículas no ar.
Os pesquisadores usaram uma métrica chamada PM2.5, que são partículas aerotransportadas mais pequenas que 0.00025 centímetros. As partículas são facilmente inaladas e podem danificar o tecido pulmonar.
A Saúde Canadá recomenda que os níveis internos de PM2.5 sejam mantidos “a um nível mais baixo possível”. A Organização Mundial da Saúde designa o nível seguro para as minúsculas partículas em 25 microgramas por metro cúbico, num período de 24 horas.
Poluição compara com “um dia típico em Pequim”
Segundo Evans, a qualidade do ar ao ar livre de Toronto, num dia típico, medirá cerca de 10 microgramas de partículas poluentes por metro cúbico de ar. Isso pode chegar a 30 microgramas num dia de má qualidade do ar.
Nas plataformas e nas carruagens do metro de Toronto, no entanto, o estudo encontrou uma média de 100 microgramas de poluentes por metro cúbico – comparável a “um dia típico em Pequim”, indicou Evans.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos, que monitoriza a qualidade do ar em Pequim, classifica uma leitura acima de 101 microgramas como pouco saudável para grupos sensíveis.
Em resposta ao estudo, a TTC disse em comunicado que o sistema permanece seguro e desempenha “um papel vital na redução da poluição causada por emissões do veículo.”
Isso inclui a introdução dos comboios (Toronto Rocket) na Linha 1 – a linha Yonge-University-Spadina – que têm os novos sistemas HVAC – que começaram a circular em 2011.
A TTC também informou que está a planear um estudo mais amplo da qualidade do ar do metro, porque a informação que atualmente dispõe é de 1995.
Evans disse que prevê fazer um estudo de acompanhamento usando dados dos novos comboios.
Evans observou que a quantidade média de tempo que os passageiros passam na TTC é de cerca de uma hora. Mas segundo ele, isso significa que a exposição diária de uma pessoa a poluentes não aumentaria numa quantidade significativa – em geral, aumentaria em cerca de 20 por cento.
Ainda assim, ele sublinhou que quaisquer pequenos passos que possam ser tomados para melhorar a qualidade do ar seria “um bom progresso”.
Fonte: CBC News