

Mais de 200 anos de sacrifício militar canadiano foram “resumidos” numa hora de emoção na terça-feira de manhã, no National War Memorial. A cerimónia nacional do Dia da Lembrança, que surgiu a partir, e tradicionalmente focada, das grandes guerras mundiais do século XX, abrangeu em 2014 um pouco de tudo, desde a (batalha) Battle of Lundy’s Lane (1814), aos ataques mortais do mês passado em Otava e Saint-Jean-sur-Richelieu, Quebec.
“Tivemos uma ocasião sombria nas últimas semanas para refletir sobre a nossa identidade, na medida em que próprios símbolos da nossa paz e liberdade foram violados”, declarou o governador general David Johnston, perante uma enorme multidão em Otava, que a polícia estimou perto de 50.000, avançou a Canadian Press na terça-feira.
Johnston, de uniforme militar completo, estava a poucos passos onde o cabo Nathan Cirillo, um guarda de honra no memorial, foi morto a tiros, há três semanas, durante um ataque armado no Parliament Hill.
Dois dias antes, o sub-tenente Patrick Vincent tinha falecido quando ele e outro soldado foram atropelados em Quebec, por um homem nutrindo simpatias jihadistas.
As suas memórias deram um imediatismo para as solenidades bem versadas do 11 de novembro – o lamento da gaita-de-foles, o toque de clarim do “Last Post”, a saudação da artilharia e a recitação do “Act of Remembrance”.
O memorial de guerra, primeiro dedicado pelo rei George VI, em 1939, foi rededicado à nova inscrição: “Ao Serviço do Canadá” e as datas da missão no Afeganistão e na Guerra do Sul Africano.
O primeiro-ministro Stephen Harper chegou para a cerimónia, depois de voar diretamente de uma visita bilateral a Pequim, para, horas depois, voar de volta para a Nova Zelândia e Austrália.
Este ano assinala o 100º aniversário da eclosão da Primeira Guerra Mundial, bem como o 75º aniversário do início da Segunda Guerra Mundial.
Muitos membros das Forças Canadianas, na assistência, disseram que foi a longa e mortal missão de combate no Afeganistão que restaurou o orgulho militar entre a maioria dos canadianos e reinvestiu o Dia da Lembrança com novo vigor.
Mais de 60 mil canadianos perderam as suas vidas na Grande Guerra e outros 45.000 na Segunda Guerra Mundial, um contexto preocupante nesta época de ameaças terroristas.