
Uma das tradições portuguesas, que se faz presente também no Canadá, é a comemoração do dia dos Reis que é sempre feita com muita dedicação pela Associação Cultural do Minho, e não foi diferente este ano. A festa ocorreu no Salão da Liuna Local 183 em Toronto, no passado sábado, dia 13 de janeiro.
A Associação Cultural do Minho de Toronto promoveu no passado sábado, dia 13 de janeiro, o tradicional Jantar dos Reis, que assinala o desfecho dos festejos natalícios. O evento arrancou às 18h e decorreu no salão da LiUNA Local 183.
A festa foi inaugurada por uma atuação da Luso-Can Tuna, que falou um pouco do repertório da noite ao Correio da Manhã Canadá (CMC), antes de começar a atuar.
“Vamos tocar uma mistura de alguns dos nossos originais, alguns clássicos da música estudantina, das tunas de Portugal, bem como canções para homenagear o facto de estarmos aqui para o Cantar dos Reis”, contou Chiara Picão, presidente da Luso-Can Tuna.
“Penso que as pessoas vão reconhecer alguns dos temas, também vamos trazer música popular que tentamos adaptar ao estilo tradicional das tunas.”
Esta festa dos Reis é celebrada há 40 anos. Além de marcar o encerramento da época natalícia, é uma forma de agradecer à comunidade e a quem apoia a Associação Cultural do Minho de Toronto.
“A nossa casa e os nossos programas sobrevivem devido ao trabalho e esforço dos voluntários e patrocinadores. Sem eles, não conseguiríamos divulgar e preservar a nossa cultura, não seríamos o que somos hoje”, considerou Paulo Pereira, presidente da Associação Cultural do Minho de Toronto.
O evento também serviu para divulgar projetos importantes da comunidade luso-canadiana, nomeadamente o Magellan Centre, futuro lar de cuidados continuados português em Toronto.
O corpo diretivo do projeto subiu ao palco para falar do lar e da chamada ‘casinha Magalhães’, uma pequena estrutura de papel, destinada à Associação Cultural do Minho de Toronto, onde a comunidade poderá inserir doações.
“É um gosto enorme podermos estar aqui hoje e associarmo-nos a este jantar dos Reis, para falarmos da ‘casinha Magalhães’ e entregá-la ao senhor presidente Paulo Pereira, para poder estar presente nas instalações da Associação Cultural do Minho de Toronto”, disse o diretor do Magellan Centre, Vitor Silva, durante a sua intervenção.
Logo após este momento, as centenas de pessoas que estiveram no salão da LiUNA Local 183 assistiram a um momento ficcionado que recriou a chegada dos três reis magos a Belém, aquando do nascimento de Jesus, na noite de Natal.
A Rusga da Associação Cultural do Minho, que esteve durante 15 dias a cantar os reis nas ruas de Toronto, subiu ao palco para marcar o encerramento das celebrações. Paulo Pereira, tocador, contou ao CMC que, este ano, cantar ao ar livre foi mais fácil, porque não esteve tanto frio.
“Tivemos sorte, este inverno foi benéfico para nós. Em certos anos, saímos à rua para cantar com temperaturas de 10 a 15 graus negativos. Este ano, felizmente, a temperatura esteve positiva”, disse.
A primeira música protagonizada pela Rusga da Associação Cultural do Minho no jantar dos Reis foi a boa nova que anuncia o nascimento do menino Jesus. Depois, mantendo o ritmo folclórico, saudaram o vinho verde.
Presentes no evento, Manuel Oliveira e Maria Martins relembraram as celebrações das festas dos Reis em Portugal.
“Quando era criança, a festa dos Reis era celebrada como o Natal, mas em ponto mais pequeno. Havia batata, bacalhau, bolo Rei, mas tudo em menor abundância”, contou Manuel.
“Na minha aldeia, fazíamos uma espécie de entrudo e, com o dinheiro angariado, era possível pagar a um tocador de fora da ‘terra’. Os rapazes que organizavam a festa faziam cozido à portuguesa”, recordou, por sua vez, Maria Martins.
O bolo tradicional e a boa música não faltaram no jantar. O último a apresentar-se no palco, Paulinho do Minho, abriu o seu espetáculo com uma canção de autoria própria, intitulada ‘Chega Chega’.
“Como em todas as músicas que faço, o ‘Chega Chega’ começou como uma brincadeira. Depois, escrevemos a letra, fazemos o instrumental e temos a música”, revelou o artista.
A ideia do tema, revelou Paulinho, é provocar alguém na pista de dança e convidá-la a dançar: “Lá no Minho, gostamos muito de dançar uns com os outros. Esta música serve para chamar a pessoa com quem se quer dançar e dizer ‘Chega, chega! Vem dançar comigo’”, contou, sorridente.
