O conselho muçulmano do Canadá emitiu recomendações antes da cimeira nacional sobre a islamofobia, que acontece no final da semana. Mais de metade das estratégias são dirigidas ao Governo federal liderado por Justin Trudeau.
Uma estratégia nacional para combater o ódio contra os muçulmanos em toda a sociedade é uma das 61 recomendações divulgadas na segunda-feira pelo Conselho Nacional de Muçulmanos do Canadá, antes da cimeira sobre a islamofobia.
A organização criou eventos na última segunda-feira em cidades que sofreram crimes contra muçulmanos nos últimos anos. São elas a cidade do Quebec, a GTA, Edmonton e London, onde, no mês passado, quatro membros de uma família muçulmana foram mortos enquanto caminhavam. Durante os eventos, foram então reveladas as 61 recomendações.
Mustafa Farooq, o diretor executivo do Conselho Nacional de Muçulmanos do Canadá, disse que as recomendações se dirigem a todos os níveis de Governo e foram reunidas depois de consultados os membros da comunidade muçulmana de todo o país.
Mais de metade das recomendações são dirigidas ao Governo federal e incluem a criação de uma estratégia para combater a islamofobia no serviço público e na sociedade canadiana. O grupo sugeriu que a equipa de Justin Trudeau estabelecesse um enviado especial para lidar com o preconceito contra muçulmanos.
Outras recomendações consistem em emendar o Código Penal para incluir penalidades específicas e ainda incluir juízes dedicados a crimes de ódio. O grupo também quer que o Governo do Canadá não exija mais o consentimento do procurador-geral antes que os casos de ódio e genocídio sejam processados.
Para as províncias, as recomendações incluem o ensino sobre a islamofobia nas escolas, um sistema de responsabilização para unidades policiais de crimes de ódio e a proibição de manifestações de supremacia branca.
Na cidade do Quebec, o anúncio foi feito em frente ao Centro Cultural Islâmico, o local de um tiroteio mortal em janeiro de 2017, que deixou seis homens mortos e outros gravemente feridos.
Farook termina dizendo que, na realidade, “o Canadá sofreu mais assassinatos em massa nos últimos cinco anos do que qualquer outro país do G7”, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo, e que isso “não pode continuar”.