
Um homem do Quebec que culpou o Governo pelos incêndios florestais declarou-se culpado de atear 14 fogos. Brian Paré colocava nas redes sociais teorias da conspiração sobre incêndios e alterações climáticas.
Um homem do Quebec que publicou na Internet teorias da conspiração segundo as quais os incêndios florestais estariam a ser provocados pelo Governo declarou-se culpado de ter ateado ele próprio uma série de fogos que obrigaram centenas de pessoas a abandonar as suas casas.
Brian Paré, de 38 anos, declarou-se culpado, na segunda-feira, 15 de janeiro, de 13 acusações de fogo posto e de uma acusação de fogo posto sem respeito pela vida humana, no tribunal de Chibougamau.
A procuradora Marie-Philippe Charron disse ao tribunal que dois dos 14 incêndios ateados por Paré forçaram a evacuação de cerca de 500 casas em Chapais, uma pequena comunidade a sudoeste de Chibougamau.
“No dia 31 de maio, às 20h30, a cidade de Chapais emitiu uma ordem de evacuação obrigatória devido à fúria dos incêndios, em particular o incêndio no Lago Cavan e o incêndio no aeroporto, dois incêndios que estão incluídos nas acusações e que foram causados pelo arguido”, disse a procuradora ao apresentar uma declaração de factos.
O incêndio do Lago Cavan foi, de longe, o maior provocado por Paré, queimando cerca de 873 hectares de floresta, disse ainda a procuradora. Foi também um dos primeiros de uma série de cinco incêndios que o homem ateou entre 31 de maio e 1 de junho. A onda de incêndios começou três dias depois de o Governo do Quebec ter proibido a realização de fogueiras em florestas ou nas suas imediações devido às condições de tempo seco.
Cinco incêndios num curto período de tempo na mesma área levantaram suspeitas. A procuradora disse que a polícia falou com Paré pela primeira vez a 2 de junho depois de ter sido visto na área em torno do local onde um incêndio tinha começado. Depois, a polícia começou a vigiar a página de Facebook do homem, onde publicava regularmente informações sobre a época recorde de incêndios florestais no Quebec. Entre essas publicações, estavam alegações de que os incêndios tinham sido provocados pelo Governo para levar as pessoas a acreditar nas alterações climáticas.
A polícia obteve um mandado para instalar um dispositivo de localização no carro de Paré. Esse aparelho mostrou que ele esteve em locais onde outros incêndios foram ateados. Paré foi então detido a 7 de setembro.
