É alguém que veio ao mundo com uma paralisia cerebral e que, depois de uma licenciatura, dois mestrados e, agora, a tirar um doutoramento, consegue vender os seus livros em Portugal. Já vai na oitava obra e o sonho de Nuno Meireles passa por mostrar o seu ofício ao mundo. Já lhe prometeram mundos e fundos na Suíça e em França. Não passaram de promessas. Por que não dar-lhe a grande oportunidade aqui no Canadá? São aquelas leituras que valem a pena. Começaria a crescer além-fronteiras por estas bandas. Quem sabe, Nuno.
O Nuno que está em Portugal não deve saber que os luso-canadianos são pródigos a apoiar os que mais precisam dentro da comunidade. Tentamos aqui no Correio da Manhã Canadá ser promotores das suas vozes como poderá ver em entrevista exclusiva nesta edição. O torneio de golfe da Casa do Benfica foi um dos recentes exemplos que teve como objetivo a angariação de fundos que, sendo necessários à própria organização, também visam apoiar outras instituições da comunidade. Este ano, a Magellan Community Foundation também foi uma das destinatárias. É assim que abraçamos os nossos e que continuamos a celebrar a portugalidade a mais de 4 mil quilómetros de distância. Por estes dias, em Portugal, celebram- -se os icónicos Santos Populares. Nuno Meireles pode ver bem de perto as tradições nacionais com toda a tradicional azáfama. Está lá.
No Canadá, o que o Nuno pode ficar a saber é que os arraiais portugueses estão na moda. Algo que no Correio da Manhã Canadá se segue atentamente. A bela da sardinha também está aí ao virar da esquina, tanto nos Arraiais Ribatejanos de Toronto, do Centro Cultural Português de Mississauga e até no festival de verão do First Portuguese Community Centre. Comida portuguesa não faltou. Era só escolher.
No âmbito da política, a menos de uma semana, acontecem as eleições de Toronto. Com uma luso-canadiana a concorrer ao posto mais alto da cidade mais populosa do Canadá.
Neste momento, a luta para a grande candidata, Olivia Chow, parece desigual. Quem sabe, se Ana Bailão não faz a festa no mês da portugalidade. Nada é impossível. O Nuno Meireles sabe melhor do que todos nós, que não há impossíveis. Desafiou-se desde que começou a perceber que o mundo parecia um lugar diferente. Pode até ser uma batalha difícil para Ana Bailão, como indicam todas as sondagens, mas tal como o Nuno Meireles refere na entrevista, desistir não faz parte dos seus planos.