

Semanas antes de o Grupo BPN/SLN assinar o contrato de compra da Biometrics, a 9 de outubro de 2001,uma firma de advogados de Porto Rico enviou um fax a Dias Loureiro, então administrador da SLN, e a Filipe Baião do Nascimento, advogado do grupo, informando que a empresa não tinha valor. O fax traça “uma perspectiva bastante duvidosa da situação da Biometrics”, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), mas Dias Loureiro diz que “não houve nenhum estudo prévio ao negócio a dizer que a empresa não tinha viabilidade económica.” O Grupo BPN/SLN perdeu 34,2 milhões de euros com o negócio.
A O’Neill & Borges enviou o fax a Dias Loureiro e a Baião do Nascimento em setembro de 2001. Uma cópia desse fax consta nos autos do processo 121/08.
O procurador Rosário Teixeira questionou Oliveira e Costa sobre o tema em abril de 2009. “Perguntado se tem conhecimento da existência de um relatório da Arthur Andersen de Porto Rico e de uma sociedade de advogados designada O’Neill & Borges que traçavam uma perspectiva bastante duvidosa da situação da Biometrics, o depoente disse que nunca teve conhecimento de qualquer dos referidos relatórios”, lê-se nos autos do processo. Mais: “Confrontado com a cópia da exposição apresentada pela O’Neill & Borges e dirigida ao dr. Dias Loureiro e ao dr. Filipe Baião Nascimento, o depoente reafirma nunca ter tido conhecimento do referido documento.”
Dias Loureiro situa o fax em fase posterior à compra da Biometrics: “Acho que o fax é enviado por uns advogados que contratámos para pôr fim ao negócio, porque Oliveira e Costa não queria continuar a investir [na empresa]. ”A advogada de Baião Nascimento, não quis prestar declarações.