Os governos provinciais aplicaram mais multas aos infratores das medidas de saúde pública contra a Covid-19 durante a segunda onda da pandemia. As províncias do Quebec e de Manitoba foram as que aplicaram mais multas durante esse período. A informação veio de um relatório da Associação Canadiana de Liberdades Civis.
A pandemia da Covid-19 tem afetado as províncias canadianas em diversos níveis e as autoridades provinciais não têm mãos a medir. Há regras de segurança pública para cumprir e quem não o faz, é multado.
Foi durante a segunda vaga da pandemia que as autoridades se tornaram mais punidoras, de acordo com o mais recente relatório da Associação Canadiana de Liberdades Civis. A associação disse que as províncias do Quebec e de Manitoba foram palco de uma grande distribuição de multas, em comparação ao resto das províncias canadianas.
O grupo conseguiu obter dados que documentam o número de multas emitidas por alegadas violações das restrições da Covid-19, de setembro de 2020 a março de 2021, em British Columbia, Manitoba, Ontário, Quebec e Nova Scotia.
Segundo os dados do relatório, o número de multas aumentou significativamente na maioria das províncias desde a primeira onda, atingindo valores superiores a 20 milhões de dólares.
Em seis meses a província de Manitoba emitiu quase mil multas, perfazendo mais de 1 milhão de dólares em coimas. Já o Quebec foi identificado como uma das províncias mais penalizadoras, onde mais de 7 mil multas foram aplicadas, fazendo uma receita superior a 12 milhões de dólares.
A província de Ontário também foi uma das que mais coimas distribuiu durante a primeira onda e conseguiu ultrapassar esse valor em dobro na segunda. Começou nas mais de duas mil multas para quase 4 mil.
Nova Scotia foi o maior emissor de coimas per capita entre as cinco províncias durante a primeira onda, mas não revelou um grande aumento na segunda.
No entanto, o relatório disse que British Columbia adotou uma abordagem de aplicação da lei pela perspetiva das liberdades civis, em que a população estaria livre de imposições governamentais.
Ainda assim, a associação pede que os governos federal e provincial se concentrem mais em medidas que ajudem a população durante a pandemia, como por exemplo a licença médica remunerada, em vez de medidas penalizadoras.