GENERATIONS GAP

É habitual vê-los com phones nos ouvidos enquanto estudam, passeiam, trabalham e numa série de outras coisas. Falamos da geração Z e que corresponde a todos os que nasceram depois de 1990. São ainda jovens, verdadeiros nativos digitais e que têm a mesma idade do WWW (world wide web). A sua grande obsessão é zapear entre as várias opções que as novas tecnologias proporcionam e sem isso parece que a vida não tem oxigénio.

Estão sujeitos a avanços tecnológicos tão rápidos e súbitos que ficam sem tempo para valorizar outras coisas da vida e tudo parece ficar tão igual, como indiferente, ou efémero. Fechados nos seus valores intrínsecos, dão mais importância aos seus princípios do que às marcas que os abastecem e que caracterizaram os tempos dos pais e avós. A expressividade não é uma grande faculdade, o que promove certos problemas de interação. Escutam pouco e falam ainda menos.

A geração anterior, denominada de Y, é resultante dos anos 80 e parte de 90. Esses sim, acreditavam nos estudos e nas carreiras profissionais. Mais importante do que ouvir era fazer, e o conhecimento era, frequentemente, posto à prova. Nos estudos, as práticas eram levadas muito a sério e a camaradagem e partilha de resultados punha cada jovem no seu sítio. Eram mais individualistas do que egoístas.

Pelo contrário, a geração X, que apanha gente de parte da década de 60 e 70, compartilhava quase tudo. A descontração era uma evidência, mas as suas marcas tinham valor e não se dava importância ao low cost. A informação era mais escassa, mas sempre que possível, era bem aproveitada para múltiplos benefícios.

Antes ainda, a geração Baby, oriunda das décadas de 50 e parte de 60, foi pioneira em desbravar caminhos e abrir oportunidades. Eram descendentes da geração Grandiosa que resistiu a tudo e impôs regras rígidas e bem definidas para o futuro. Hoje, ainda são parte dessas imposições que norteiam o mundo e face às quais a geração atual (Z) procura alhear-se.

Fala-se muito do problema entre gerações e das múltiplas divergências que as caracterizam. Mas, de facto, este problema só existe quando a informação disponível é mal aproveitada. Cada qual deve saber posicionar-se sobre os valores que o inspiraram. Não pode haver razões nem fundamentos para incentivar divergências, apenas nos devemos concentrar que cada geração passa um testemunho à seguinte, nunca se anulando. A expressividade, a interação, o saber ouvir devem caracterizar o dia-dia de todos. Por muito virtual que tudo isto seja, neste mundo atual, a maior certeza é que a próxima geração vai encarregar-se de também se afirmar à sua maneira. E mesmo em Super Alta Definição haverá lugar para todos.

A Direção