

O corte de 2,5% a 12% nos salários acima de 600 euros e a redução em 10% das pensões dos funcionários públicos vão permitir ao Governo reduzir as despesas com pessoal e com pensões em 1371 milhões de euros. Com a aplicação destas medidas em 2014 serão abrangidas mais de 995 mil pessoas, das quais 660 mil são funcionários públicos e trabalhadores do setor empresarial do Estado com reduções nos salários.
A maior redução da despesa será obtida coma convergência das pensões da Caixa Geral de Aposentações (CGA) coma Segurança Social: com a redução das pensões de velhice superiores a 600 euros e de sobrevivência acima de 419,22 euros, os encargos com pensões serão reduzidos em 728 milhões de euros. O Governo concebeu um mecanismo para que as pensões até 5037 euros não sofram um duplo corte que poderia advir com a convergência dos regimes e a aplicação da contribuição especial de solidariedade (CES).
Já o corte nos ordenados irá diminuir a despesa com pessoal em 643 milhões de euros, valor superior aos 500 milhões de euros referidos recentemente pelo primeiro-ministro. Os novos cortes salariais vão ter um forte impacto nos ordenados. Por exemplo: quem tiver um ordenado de 1500 euros, que agora não tem redução, vai receber menos 129 euros por mês e, em 14 meses, perderá mais do que um salário.
Como novo corte, quem ganhar 2000 euros receberá menos 240 euros por mês, quando com a medida em vigor perdia 70 euros por mês. Por ano, esse funcionário perderá mais de um ordenado e meio.
Para o Governo, com o alargamento da base da redução dos ordenados “assegura-se que o esforço de contenção é melhor distribuído por um maior grupo de trabalhadores. Cerca de 90% dos trabalhadores da função pública e do setor empresarial do Estado sofrem cortes salariais.