EU SOU RONALDO

Todo o mundo viu, ou ouviu falar que Cristiano Ronaldo ganhou a terceira bola de ouro da sua carreira e até final do ano ostentará o título de melhor futebolista do mundo. Todos tomaram conhecimento disto porque a comunicação social de todo o mundo fez eco da distinção e, mais ainda, todos os órgãos de comunicação social de língua portuguesa. Até o prof. Marcelo Rebelo de Sousa se deslocou a Madrid para entrevistar o futebolista, numa conversa que tinha por finalidade conhecer-se melhor este fenómeno sem falar de futebol.

Por todo o lado vimos e ouvimos um pouco do que já sabíamos. Cristiano Ronaldo é o português mais conhecido em todo o mundo, o nosso melhor embaixador. Fala português, inglês e espanhol, para lá do que pode arranhar noutras línguas, como a generalidade dos portugueses sabem fazer, uma vantagem que felizmente transportamos.

Aos 29 anos, Cristiano Ronaldo apresenta uma forma física e psíquica fora do comum, o que faz dele o melhor na sua atividade. No próprio dia em que foi premiado com o título tão desejado perguntaram-lhe qual o melhor golo da sua carreira, ao que respondeu que seria o próximo. Ronaldo tem uma permanente visão de futuro sem nunca se acomodar ao status quo. A sua carreira começou bem cedo, mas foi aos 11 anos que deu o primeiro salto qualitativo na sua vida, quando trocou a vida pataca na ilha da Madeira pelo reboliço de Lisboa. Como ele disse recentemente, foi como ir para o estrangeiro com o estatuto de emigrante, dado que até o sotaque do português que aprendera era um pouco diferente.

No Sporting cresceu até ao momento crucial de virar a página mais importante da sua carreira. Se já era um homenzinho em Lisboa, foi em Manchester que se afirmou. Soube aproveitar toda a formação e os ensinamentos dos seus mestres. Soube ouvir, interpretar e pôr em prática tudo o que aprendera. Quis ser jogador de futebol e como em qualquer outra atividade a dedicação foi fundamental. Ronaldo diz que a sorte dá muito trabalho e toda a sua carreira tem sido pautada pela dedicação e trabalho. Ele é o primeiro a chegar e o último a sair. Ele ambiciona sempre mais e só pensa na progressão. Cuida-se e dá bons exemplos. Ao seu lado cresceram outros grandes nomes do futebol, mas que não foram mais além porque não pensaram no futuro como o Ronaldo e deliciaram-se com o passado e o presente.

Os portugueses sempre gostaram de se caracterizar como um povo pacífico, ordeiro e sofredor. Ronaldo e a sua geração deram um pontapé nestes ideais e afirmam Portugal por esse mundo, como uma terra de gente guerreira, capaz e exemplar. Ronaldo é o rosto desta transformação e aos restantes portugueses não basta assistir e aplaudir. Cada um de nós tem que entrar no seu próprio “jogo” da vida e afirmar: eu também sou um Ronaldo.

A Direção