Três mil pessoas vão participar num estudo sobre a incidência da covid-19 nos afro-canadianos. Dados oficiais mostram que este segmento da população está a ser desproporcionalmente afetado pela pandemia e um investigador de Toronto quer perceber porquê.
Dados oficiais mostram que os afro-canadianos têm maior probabilidade de contraírem ou de serem internados por covid-19 do que outros grupos étnicos. Um investigador de Toronto quer perceber porquê. Vai analisar anticorpos no sangue com o objetivo de reduzir o impacto da doença nestas comunidades do Canadá.
O estudo está a ser conduzido por Upton Allen, chefe de doenças infeciosas do Hospital for Sick Children em Toronto. O médico diz que, de acordo com a informação disponível, as comunidades de ascendência africana estão a ser desproporcionalmente afetadas pela pandemia em toda a América do Norte.
Em Toronto, por exemplo, dados de 20 de maio a 16 de julho mostram que, nesse período, os pacientes afro-canadianos respondiam por 21% dos casos de covid-19, apesar de representarem apenas 9% da população.
Segundo Upton Allen, a comunidade científica suspeita que a incidência do novo coronavírus nestas comunidades está relacionada com o “tipo de exposição”, mas quer recolher dados para validar as diferentes teorias. Poderá ter a ver com os locais de trabalho, nomeadamente com o facto de os doentes terem mais de um emprego ou de serem trabalhadores da linha da frente.
A residência em habitações lotadas ou multigeracionais também pode estar na origem do fenómeno, a par de patologias pré-existentes e associadas à pobreza, como a diabetes ou a obesidade.
O estudo vai entrevistar 2 mil afro-canadianos e mil cidadãos de outras etnias, recolhendo também amostras de sangue.