

O Ministério Público não conseguiu encontrar provas das suspeitas de escutas na sede do PS ou a dirigentes socialistas, designadamente ao seu líder, António José Seguro. O inquérito foi arquivado, após três meses de investigação, segundo revelou ontem a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os dirigentes socialistas entregaram uma queixa na Procuradoria, pelas mãos de Miguel Ginestal, chefe de gabinete de António José Seguro, no dia 19 de julho. Na altura, em carta dirigida a Joana Marques Vidal, procuradora-geral, o PS alegou “dúvidas fundamentadas” para o pedido de inquérito, tal como o CM avançou em primeira mão. Isto numa altura em que as negociações para um acordo de salvação nacional, exigidas por Belém, a PSD, PS e CDS, falharam.
Segundo a PGR, os investigadores realizaram, nos dias 23, 24 e 25 de julho, “buscas forenses em ambiente digital nos sistemas e equipamentos”, e inspeção de segurança nas instalações, mas não foram detetados quais quer indícios de crime, ou seja, dados sobre “vigilância electrónica clandestina”. Ora, os dirigentes do Partido Socialista aperceberam-se, em junho, de problemas nas chamadas, e-mails truncados e fugas de informação partilhada de forma privada via endereço eletrónico. Na altura, alguns destacados militantes do partido optaram por evitar falar ao telefone.
Perante o comunicado da Procuradoria, e apesar das insistências do CM, os socialistas remeteram-se ao silêncio.