O órgão supervisor dos gastos do governo do Ontário diz que há “risco significativo” de que os Liberais não serão capazes de eliminar um défice de 4,3 mil milhões de dólares no ano que vem, como prometido.
Na sua declaração económica de outono, há duas semanas atrás, o ministro das Finanças, Charles Sousa, disse que iria recorrer a um fundo de reserva para garantir um orçamento equilibrado em 2017-18.
Mas o Escritório de Responsabilidade Financeira (FAO, sigla em inglês) sublinha que os Liberais estão a confiar em “suposições otimistas para o crescimento da receita e restrição do programa de gastos”.
O FAO salienta ainda que o governo tem uma variedade de ferramentas que poderia usar para “temporariamente equilibrar” o orçamento em 2017-18.
Mas alerta que a manutenção de um orçamento equilibrado para além do próximo ano “provavelmente exigirá medidas adicionais para aumentar as receitas ou reduzir as despesas”, o que significaria novos impostos ou aumento de taxas e redução de programas governamentais.
Também aponta que a previsão Liberal para ambos os impostos sobre o rendimento pessoal (IRS) e sobre as empresas (IRC) é “significativamente maior” do que a sua projeção, e questiona como o governo vai pagar as novas promessas feitas nesta sessão.
O FAO esperava que os gastos governamentais aumentassem 1,8 mil milhões de dólares anualmente para financiar as promessas dos Liberais, durante o discurso do trono, em setembro, de descontar oito por cento do IVA nas faturas de eletricidade e criar 100 mil espaços de apoio social à criança.
Mas a declaração económica de outono de Sousa reportou um programa de despesas em 2018-19, apenas 0,4 mil milhões de dólares mais alto quando comparado ao orçamento de 2016, “sugerindo que estas novas iniciativas podem ser parcialmente financiadas através de realocações de programas existentes ou fundos de contingência”, concluiu o relatório do FAO.
Sousa informou que o rácio da dívida líquida em relação ao PIB do Ontário atingirá um pico de 40,3 por cento em 2016-17 e, em seguida, diminuirá para 39,3 por cento até 2018-19. Mas o FAO projetou que a relação dívida/PIB chegaria a 41%, principalmente por causa dos “contínuos défices para além de 2017-18”.
Fonte: Canadian Press